A URZE-Companhia de Dança apresenta, nos dias 30 e 31 de maio e no dia 1º de junho, às 20h, o espetáculo “São Seus Olhos”. O evento acontece no Teatro Florestan Fernandes, localizado na Área Norte da UFSCar. A entrada será 1 kg de alimento não perecível.
A exemplo dos demais espetáculos da Urze, “São seus olhos” traz ao palco a ternura das relações humanas, envolta de um universo de amorosidade e resignação. O espetáculo aborda as diferentes formas do olhar, sobre as saudades e no eu refletido na visão do outro. Tendo as memórias de imagens como testemunha, várias ações e reações desses olhares se traduzem em sentimentos: um vislumbre para o infinito, desfocado, por onde a alma alcança o horizonte e registra todo o sentimento e a passagem do tempo.
URZE – Em janeiro de 2006, Francisco Silva realizou um antigo sonho de criar uma companhia de dança profissional. Buscando uma formação continuada e diversificada, Francisco traz anualmente profissionais brasileiros e estrangeiros para residências, oficinas e criações coreográficas. Estar em constante diálogo com outras companhias, coreógrafos e espaços oportuniza a divulgação e circulação do trabalho da Urze Companhia de Dança.
O foco do ensino da dança e dos espetáculos da Urze priorizam a aprendizagem e a pesquisa, a técnica e o conhecimento anatômico, a individualidade e identidade de seu elenco, a dramaturgia, a troca de experiências em processos colaborativos e laboratórios de criação. A dança que em que acreditamos é diferenciada, tem identidade, traz experiência de outros profissionais para potencializar o que já é feito como meta e coloca São Carlos no cenário da dança contemporânea brasileira. A Urze faz parte de um projeto de extensão da UFSCar.
O diretor artístico, coreógrafo e idealizador da URZE, Francisco Silva, concedeu uma entrevista para o Livre Opinião e comentou sobre a criação da companhia de dança, o trabalho desenvolvido com o projeto e o espetáculo “São Seus Olhos”. Confira a entrevista na íntegra.
LOID: Como foi o processo de criação da URZE Cia. de Dança?
Francisco Silva: A Urze se formou em 2006 a partir de um projeto de extensão da UFSCar em dança contemporânea que teve início em 2003. Alguns alunos desse projeto, que eram em sua maioria alunos de graduação da UFSCar, manifestaram a vontade de investir na dança como profissão. Dessa vontade e dessa paixão pela dança surge a Urze.
Quais são as influências do Francisco e da URZE?
O trabalho da Urze é essencialmente autoral, por isso não tem influências explícitas, e sim inspirações. A dança-teatro, o cinema, a literatura, a filosofia e o teatro físico são algumas das minhas inspirações para criar a linguagem de movimentos da Urze.
Desde 2006 a companhia vem trabalhando ativamente com espetáculos, a seu ver como está o desempenho da companhia?
A Urze vem se consolidando no cenário da dança brasileira a cada ano que passa. Os bailarinos se profissionalizaram e buscam a evolução contínua da técnica e da linguagem corporal da companhia. No entanto, para subirmos mais um degrau, precisamos de patrocínio.
São Carlos é um bom ambiente para ensinar, pesquisar e apresentar espetáculos de dança?
Um ótimo lugar. Encontro nas pessoas de São Carlos uma sensibilidade para a dança e para as artes de forma geral que admiro bastante. É muito bom produzir dança para esta cidade.
A URZE também tem foco para o ensino de dança, como que é o método da companhia?
Não existe um método único, e sim uma combinação de técnicas e valores que estão associados ao meu modo de enxergar a dança. Além da linguagem da companhia, que explora, por exemplo, a respiração como canal condutor do movimento, existe a preocupação constante com a qualidade de vida das pessoas que trabalham com a Urze.
Qual a identidade construída na URZE?
A Urze, desde seu início, se propôs a levar para o palco as belezas e os conflitos das relações humanas. Desse tema amplo, derivamos, a cada espetáculo, diferentes perspectivas dessas relações. Isso criou uma identidade-Urze que é transferida e percebida pelo público. Ao falarmos de sentimentos tão universais como o amor, é impossível não criar uma identidade com quem vai nos prestigiar.
A seu ver, atualmente o teatro e o espetáculo de dança têm um público diferenciado ou prioriza o público geral?
Por muito tempo, tanto o público do teatro quanto da dança foram subestimados. Hoje, as pessoas que se dispõem a sair de suas casas para assistir a um espetáculo estão mais críticas, não aceitam “qualquer coisa” como produto cultural.
Como o Francisco enxerga os espetáculos de dança na atualidade?
Existe ainda muita experimentação sem objetivo, muitos profissionais com potencial que infelizmente ainda não se encontraram. Muitos espetáculos, portanto, acabam afugentando o público. Por outro lado, existem companhias, especialmente no interior, que estão desenvolvendo trabalhos de altíssima qualidade e que precisam de oportunidades.
O que o público pode apreciar no espetáculo “São seus olhos” a ser realizado neste mês?
Todos os espectadores poderão apreciar uma dança que fala da vida das pessoas, de situações que podem ser vivenciadas por qualquer um de nós. Poderá ver, traduzido em dança, diferentes formas de olhar e diferentes olhares, tudo isso conduzido por uma trilha sonora belíssima e muita emoção. Um espetáculo imperdível para o próximo final de semana, e para entrar basta levar um quilo de alimento não perecível.
Data: 30, 31 de maio e 01 de junho
Horário: 20h
Local: Teatro Florestan Fernandes (UFSCar-Norte)
Entrada: 1 kg de alimento não perecível
Ficha Técnica
Diretor artístico: Francisco Silva
Assistente de direção: Paulo Zicarelli
Coreógrafo: Francisco Silva
Elenco: Alex Gonçalvez, Ariele Silva, Carla Polaz, Fabricio Lotério, Luciana Moretti, Jaqueline Alves, Paulo Zicarelli e Patrícia Russo.
Trilha Sonora: Lou Reed, Tom Waits, Philip Glass, Armand Amar, Massive Attack
Coreógrafo associado: Arílton Assunção
Desenho de luz: Francisco Silva
Iluminação: Francisco Silva
Cenografia: Francisco Silva
Figurino: Francisco Silva
Arte gráfica: Wesley Siqueira
Mixagem de áudio: Paulo Zicarelli
Textos: Francisco Silva, Carla Polaz, Patrícia Russo e Wesley Siqueira
Fotografia: Rafael Manfrini
Vídeo: NilsonPurcel
Montagem técnica: Vaccare Som e Luz
Produção: Urze Companhia de Dança (projeto coordenado pela Profª. Drª. Yara Couto).
Classificação etária: 12 anos
Duração: 45 minutos
Entrevista: Equipe Livre Opinião
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