O São Cines exibirá, no dia 22/07, o documentário Cassandra Rios: A Safo de Perdizes. O documentário tem 62 minutos e é um tributo à uma das escritoras mais importantes da literatura lésbica brasileira. A exibição contará com a diretora do documentário, Hanna Korich, participando de uma conversa após a apresentação do filme.
Exibição: Cassandra Rios: A Safo de Perdizes (2013)
Direção: Hanna Korich (participará de debate após a exibição)
Quando: Quinta, 22 de julho de 2014
Duração: 62 minutos
Gênero: Documentário
Países de Origem: Brasil
Local: SESC São Carlos (Avenida Comendador Alfredo Maffei, 700)
Horário: 19h30
GRATUITO
Sobre o documentário:
Cassandra Rios: a Safo de Perdizes nasceu do desejo de não apenas relembrar a trajetória de Cassandra Rios, mas também de apresentá-la às gerações atuais. (…) Cassandra foi a primeira autora a abordar o lesbianismo de forma aberta na literatura brasileira, tendo começado a publicar em 1948, e a primeira também – espantosamente – a falar da mulher como um ser sexual, que tinha desejo”, conta Hanna.
Para a realizadora, o documentário é dirigido “a todos os jovens que nunca ouviram falar dela e também aos mais velhos, que lembram, mas faz tempo que não pensam nela”. “Está mais do que na hora de começarem a repensar a contribuição heróica que essa mulher fez ao movimento LGBT e à literatura em geral”, defende.
Outro importante aspecto abordado no documentário é o fato de Cassandra Rios ter sido perseguida durante a ditadura militar. Como destaca Hanna Korich, “Cassandra Rios foi a escritora brasileira mais censurada pela ditadura, com 36 livros apreendidos, o que levou à sua bancarrota e ao fechamento de sua livraria”. A realizadora acrescenta que Cassandra não teve apoio nem mesmo dos intelectuais. “Ela teve o apoio de poucos, como Jô Soares, que a entrevistou em 1990, e de Jorge Amado, que a considerava ótima escritora”, revela Hanna.
Bestseller absoluta nas décadas de 60 e 70, com mais de um milhão de exemplares vendidos de uma obra, Cassandra Rios faleceu em São Paulo, aos 69 anos de idade, em 8 de março de 2002. “Cassandra Rios: a Safo de Perdizes” traz à tona a audácia da escritora durante os anos de chumbo e sua importância para a literatura brasileira.
Sobre Cassandra Rios
Cassandra Rios, nascida Odete Rios em 3 de outubro de 1932 no bairro de Perdizes, São Paulo, foi sem dúvida a escritora mais importante para a literatura lésbica no Brasil. Autora muitíssimo lida, responsável por sucessos de público mais expressivos que os livros de Jorge Amado, chegou a vender mais de um milhão de exemplares nas décadas de 1960 e 1970.
Retratou as lésbicas, o submundo homossexual em São Paulo e os dramas vividos por quem pertencia às minorias. Muitos de seus livros foram considerados pornográficos, tendo 36 (entre seus mais de 70 títulos publicados) sido censurados pela ditadura militar e recolhidos da praça.
Seus livros estão esgotados, havendo apenas quatro títulos em catálogo, e sua carreira de desafios é desconhecida das gerações mais jovens.
Sobre a realizadora Hanna Korich
Paulistana, advogada e graduada em Comunicação Social com especialização em Rádio/TV pela Faap, fez parte do Conselho de Atenção à Diversidade Sexual do município de São Paulo representando as lésbicas. Em 2008, junto com Laura Bacellar criou a primeira e única editora lésbica da América Latina – Editora Brejeira Malagueta
Escreveu junto com Laura Bacellar e LúciaFacco o Livro Frente e verso, visões da lesbianidade, publicado pela Editora Malagueta em 2011. Foi colunista do site Dykerama, apresentadora, produtora e roteirista do programa de TV por internet As Brejeiras.
Cartaz do evento: