‘Chuva’, por Aline Bei

te cheguei aos 30, bati na sua porta

de quarto

de hotel.

Você cansado de tudo, lindo de tudo depois dos longos meses do primeiro dia que nos vimos, me abriu a porta mas me viu do olho

Mágico, antes.

Ficamos nos encarando, comendo o nosso silêncio,

tentando entender de onde vinha tanto pulso, afinal. Tínhamos Horas

pra desvendar a química, que passariam depressa como passa uma chuva

de verão e

sabíamos. Depois fica o cheiro do asfalto molhando.

Fica o cheiro até de noite pro resto da vida.

Demos um abraço

compacto nos nossos corpos, você pequeno de jeans, eu menor de saia jeans e

já dava pra sentir seu pau no que seria

o começo

da nossa

primeira transa. E que seria a última, muito provavelmente, já que não moramos nem no mesmo

País e a vida é

curta de um dia pro outro imagine então com meses. Imagine o peso

dos anos, dia após dia.

Nosso tempo daquela tarde era um mar pra ser desfrutado da maneira mais profunda que conhecíamos, trepar com amor.

Depois a tarde viraria memória daquelas que a gente não esquece nem

por 1 dia e sorri

sem perceber, quem avisa são as pessoas:

– você tá rindo de que?

o Amor.

Depois do abraço, a nossa boca se encontrou devagar, nossas línguas se testaram em temperaturas parecidas, se lamberam primeiro fora depois

dentro

da boca e o nosso beijo foi ficando fundo,

cada vez mais

fundo e parecia que tínhamos alcançado o estômago um do outro,

grudados como cola, sem espaço até

pra tirar a roupa, seu peito apertando meu peito que pulava da blusa branca e você viu.

Olhou pra ele por horas, na cama segurou a mama

com a mão por baixo e

beijou o bico como se fosse uma mulher Inteira.

Meu pescoço caiu, eu era forte e fraca, minha perna totalmente

Aberta,

ensopada por todos os líquidos de uma tarde de chuva

e sol. Te Usei uma grande quantidade de saliva. Lambi sua bunda por dentro, dormi na lombar. Agarrei seu cabelo, restou cabelo meu

nas suas coxas, 1 fio comprido e liso pra provar que isto

Aconteceu.

Você cantou pra mim uma canção da sua terra que me fez chorar de saudade antecipada de você.

Por que amar alguém tem que ser amar alguém que mora tão longe?

Um encontro como o nosso consome a vida, não teríamos tempo de nos mergulhar o tudo que queremos nem que fossemos vizinhos de porta e a parte mais difícil foi ir embora porque

era um Ir

de quem não sabe se volta, minhas escolhas

não dependem só

de mim.

Tentei fazer do tchau uma coisa leve. Te dei a última roçada, você

me agarrou as coxas e me chupou

a bunda como se a sua

língua

fosse 1 pau.

Dissemos até logo de boca grudada,  suados,  com cheiros sorrindo e foi você fechar a porta

que eu chorei do tamanho

De um Rio alagado e

ainda escuto, no ônibus da volta,

uma mulher ao telefone dizendo que amor

não é Importante.

 

Aline Bei

A busca ou o processo.
(nunca o pronto)

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s