Maternidade é assim: na hora do nascimento, que o girino cospe fora da barriga, a gente chora de felicidade. Depois desses poucos minutos de gratidão genuína extraordinária e rara, vem a realidade. E a partir desse dia, mães continuarão chorando. Só que daí pra frente, de desespero.
O primeiro ano tudo o que a gente quer é que o pequeno ser ande e fale mamãe. Com a Infeliz ilusão de que isso nos trará felicidade. Depois que começa a andar e falar, você reza de pé junto pro moleque voltar pra barriga. São mais ou menos 479 mães por minuto que eu escuto desde que a praga percebeu que a palavra mãe são as três silabas mais doces do mundo. E é nesse ponto que a gente vai ficando louca. Descompensada. Desequilibrada no último grau. A maternidade é um presente que deus nos dá para que percebamos que nosso limite vai muito além do que imaginávamos. Mãe é um bicho mutante: tem 86 vidas, não fica doente, tem quinze braços e uma paciência de elefante.
Então o moleque faz dois anos até que enfim, e embora continue sem saber limpar-bunda escovar-dentes ensaboar-pinto ou comer arroz com feijão sem lançar comida a 3 metros de distância, está na hora de socializar e virar gente. De sair da atmosfera maternal e ver que o mundão tá lá fora, não dentro do quarto. E deixar nossa mente, à essa altura um creme de milho, sem zumbido pelo menos 5 horas por dia. E esse é um detalhe que pode salvar vidas. No caso a dele, óbvio.
Até então minha prece diária era pra que o moleque dormisse peloamordedeus, e depois que dormia, que não acordasse pela santa putaqueopariu dos quintos dos infernos. Pra isso vale fechar janelas desligar zumbidos amordaçar os cachorros na dispensa jogar os gatos no telhado (porque sempre acontece: é o moleque dormir pro bichano maldito fazer um miau de trintas segundos na orelha do guri) tirar o interfone do gancho pra nenhum filhadaputa desavisado tocar a campainha, vedar as portas com silver-tape e se possível, enfiar um tapão de ouvido nele.
Vale tudo. Mas então, enfim graças a Deus e tudo mais, chegou o abençoado momento do trombadinha ir pra escola.
Escolinha é coisa sagrada. É onde a gente desova o moleque e some. Ainda dá aqueles dois tapinhas-sujos no ombro da professora dizendo “obrigada, eu te amo” mas com subtexto “cê tá fodida colega, boa sorte, só me liga em caso de ossos quebrados”. Ela sabe disso.
As lagrimas nos olhos das mães quando deixam o filho lá não é de “vou ficar com saudades”. É de “juro por deus, você deveria ganhar em Euro pra cuidar desses merdinhas”. Desespero incontestável. E área dali. Acontece que a liberdade não vem de graça. Tem que lutar por ela, tem que lamber muito chão pra merecer teu espaço. E antes de sair correndo pra casa pra tomar banho fazer cocô sentar pra almoçar (até que enfim sentar pra almoçar!), temos que enfrentar a adaptação da escolinha. Ou “lamber chão”. Pode escolher. Eu pensei que a adaptação era só da criança. Mas não. É também a nossa aclimatação ao cabuloso círculo de mães paranóicas desgraçadas pentelhas e enfadonhas que são as nossas futuras colegas de whatsapp no grupo criado por alguma cretina denominado “Mini Maternal dos nossos Preciosos”. Eu sei. É de cair o cu da bunda.
A fulana mãe do nanico que só chorava veio até mim, toda-íntima toda-mãe toda-galinha, e perguntou dando aquela piscadinha asquerosa de organizadora de pic-nic:
– Posso te adicionar né?
Eu vou dizer o quê, “NÃO, acho um saco blábláblá de marca de fralda tamanho de pinico alergia a glúten-mosquito-biscoito e quem mordeu quem ontem”? Podia dizer “adiciona aí mas eu nunca vou dar um salve nessa merda”, mas é muito impacto pra um primeiro dia. Eu admiro mulheres que se fantasiam em pró desses protocolos sociais de merda do tipo “imagina o que vão pensar de mim, agora sou mãe”. Cê tá loco. É muito peito. Vestem-se de senhoras e não tem nem 34 anos. Jovens pra sapato fechado saia três quartos colar de pérola babado saindo pelos lados. Pra casamento sem foda sorriso sem dente costas corcundas sogra á tiracolo. Credo. Abandonaram os fetiches, esqueceram que acima de tudo, apesar de mãe, são mulheres. Devem ter jogado a libido no lixo no mesmo dia que enfiaram a aliança no dedo. Ali falta cuspe na cara tapa na bunda dedo no rabo. Ô se falta.
O que aconteceu com os shorts jeans meio-palmo com o tônus muscular com os sneackers coloridos que essas mulheres usavam antes de parir? Será que elas já eram enfadonhas antes da gestação ou só depois encarnaram o papel “mãe exemplar do ano” e se tornaram tão-comportadas tão sem-graça insossas de dar nó na garganta?
Acho muita coragem.
Eu uma vez ouvi a fatídica frase: “porque você não aceita de uma vez por todas que você é mãe e pára de encher o saco inventar moda usar decote?” ok. Me separei. Homem é um artigo obsoleto na maternidade.
Eu, continuo a mesma. Na verdade, um pouco pior. Depois que nasceu meu moleque me dei conta de que eu sou fodástica. Que eu agüento muito mais do que eu imaginava. Quero ver neguinho ter peito de olhar torto pra os buracos da meu shorts. Porque daí eu coloco a bunda de fora. Sem dó. Outro dia tava tão quente na escolinha que fui de biquíni por debaixo da roupa, mas a professora me direcionou a não tirar a blusa dando risada toda desembestada da minha pergunta, pelo jeito, absolutamente descabida. Me d-i-r-e-c-i-o-n-o-u. Achei um jeito bonito dela não me chamar de sem-noção. Quase faltou dizer: “olha pro lado as outras mães filhota, estão de burca, você vai ser linchada jumenta!”.
Nesse dia peguei gosto por ela. Porra, perguntar não arranca pedaço, tava um sol químico de 56 graus que rebatendo no piso de borracha anti joelho-esfolado voltava pras minhas coxas a 72 graus.
Sensação térmica: abraçando o sol.
Então, enfim, graças a deus de novo, chega a primeira semana de adaptação. Mais conhecida como Inferno na Terra. Pode escolher. Nessa primeira árdua e sem fim etapa, não podemos sair de dentro da escola. Nem se afastar 20 metros da porta da classe. Moleque tem faro pra isso, ficam todos de rabo inflamado, um olho no brinquedo e outro na mãe. De certo estão pressentindo que acabou a palhaçada. Que a mamãe a qualquer momento vai escafeder do mapa.
Das quinze mães circulando a cria ali presentes, duas ou três, isso obviamente me inclui, saíram de escanteio e se esconderam atras do bebedouro. Peloamordedeus a gente quer paz. O resto das obcecadas é aquele Deusmelivre que todo mundo sabe. Sentam na cadeirinha que não cabe meia-bunda tiram foto mandam beijos lambem as costas dos fedelhos que, brincar não brincam porra nenhuma, ficam mesmo se estapeando uns com os outros.
Porque dois anos é uma idade triste. Todas são. Mas com dois anos eles ainda não socializam com outras crianças. Não dividem a joça do brinquedo que, claro, todos querem o mesmo ao mesmo tempo.
Eu vi o tumulto de longe. Nem me mexi. Dali pra frente aquilo era problema da professora e suas 14 ajudantes. Fodase.
Chega um dia iluminado que a professora, a santa, a maravilhosa (porque é deus no céu e ela na terra) faz aquele sinal de “vaza logo, ele tá suave”. E enfim, você é libertada do cárcere pra se abundar no quiosque logo em frente, caso seu moleque tenha uma crise cavernosa de falta-de-mãe.
E aí a coisa complica de verdade. Eu acreditei por um instante que eu ia respirar. Mas sabe o que acontece nas mesas do quiosque? As mães sentam juntas. Separadas, obviamente, pelas classes. Do mini-maternal ao jardim III. Não tem coisa que dá mais enjôo no mundo que oito mães falando ao mesmo tempo de fralda chupeta desfralde mamadeira dor nas costas exaustão marido ex-marido alergia cólica berço/cama cama ou berço? Meu filho é assim o meu acolá, faz isso não faz aquilo, é lindo, não é? Jesus Maria José, elas só falam de sintomas alérgicos e enfatizam as doencinhas modernas de sigla esquisitas que acabam por taxar essa criançada que nasceu no século da hiperatividade e tomam ritalina na mamadeira.
Eu não sei o que é uma criança calma. Nunca vi. Todas correm 24 horas fazem cagada pelos cotovelos enfiam dedo em buraco na tomada no cu do gato. Os moleques não páram mesmo. Agora todo mundo tem hiperatividade na porra deste planeta. É o fim dos tempos.
Depois disso, passei a dar a volta por detrás do quiosque. E me alojei numa mesa grande e espaçosa sem zumbido de mãe. Não que eu seja anti-social. Mas quando meu filho não esta comigo, eu não quero ouvir a palavra fralda. Ou chupeta. Eu não quero falar do meu filho não quero ouvir do filho dos outros. Eu quero silêncio. Quero organizar as palavras que ficam soltas na minha cabeça e organizá-las dentro de uma crônica qualquer que me faca rir por dois dias seguidos. E nesse ponto, a maternidade me abriu um enorme vão. O vão literário. E sozinha, com meu computador, eu não devo satisfação á ninguém. Provavelmente algumas mulheres se identificarão com o que eu escrevo. Outras, me odiarão eternamente. E são exatamente essas que me dão absoluta certeza de eu estou no camino certo. Porque se ninguém gosta de falar do lado B da maternidade, pode deixar comigo. Eu mesma falo. Fodase.
Texto corajoso, acho que ela falou por muitas mães cagonas, que sentem isso, mas sentem vergonha por sentir isso. Vergonha é fingir que não sente!!! Amor é isso mesmo, irracional e uma mistura de coisas boas e ruins!!!
Amei, não sou mãe, mas já sinto tudo isso, e percebo tudo isso nas mães da minha família mesmo, todas doidas por um olhar de “eu sei q isso tá uma merda, vem cá, vamos tomar uma cerveja!”
ótimo texto.. parabéns! Não conheço 1 mãe q não sinta isso, mas ninguém admite.
mãe tem só uma sílaba não três
no mais, seu texto eh excelente e esclarecedor
nao sou mae ainda, mas achei sensacional!!! muitas querem falar mas nao tem coragem de falar com medo de serem taxadas de crueis….todo mundo surta uma hora simples assim
Que coragem. QUE CORAGEM!
E olha: você escreve bem pra caramba. Não deixe nunca de escrever!
Todo mundo adora “endeusar” pessoas. É assim com os idosos, é assim com “mãe”. No entanto, em muitos idosos, vejo apenas um fdp que envelheceu. Em muitas mães, vejo apenas uma fdp que teve um filho. Essa merda de sociedade ditando as regras e os imbecis aceitando. Agora, tem gente que não deveria ser mãe mesmo… e aqui não me refiro exclusivamente à autora. Se não dá conta, não faz. Não existe ilusão nessa altura do campeonato.
Simplesmente adorei seu texto. Não sou mãe. Sou uma das santas que cuidam dos rebentos. E posso dizer que me identifico totalmente. Uma mãe me perguntou hoje se eu ainda não tinha filhos (porque, é lógico que é ainda, né? Ser mãe é obrigação pra qualquer uma que tenha útero…) e eu respondi que não. Aí ela fez um comentário do tipo: é, né, aguentar essas crianças todas o dia inteiro tipo a minha filha. Não aguentei, respondi honestamente: a melhor parte é quando chega 17:30, eu entrego todo mundo e vou pra casa, onde moro sozinha com meus três gatos ver minha tv. Em paz. Morro de vontade de ser mãe, não vou negar, mas não tenho a mínima ilusão que vai ser fácil, que vai ser lindo, comercial de fraldas.
Pqp pq n achei seu blog antes???
Kkkkkkkkk
Sensacional….
Sou dessas mães que fogem de mães pq num guento ouvir as ladainhas de filho…. Parece que só pq se tornou mãe, é obrigada a falar da porraa da criança 24h por dia… Sentir falta no segundo seguinte após deixar na escola!!! Aff… É pahcaba mesmo…
Vc foi acertiva demais…
Aplausos…
Simplesmente amei o seu texto. Sou crucificada todos os dias por isso. Por lembrar que eu tb existo. Que antes de eu ser mãe tb sou humana e mulher.
Sensacional sua crônica, Marina. Se tivesse o mesmo dom com as palavras que você escreveria uma sobre os casais que já passaram um pouco (ou muito) dos 30 anos, relativamente estabilizados profissionalmente e financeiramente (dentro do possível nesse país tão incerto), que gostam de coisas simples como criar seus cachorros, viajar, assistir seu filmezinho de noite e correr na praia quando dá vontade, mas são vistos pela maior parte dos que os cercam como: a) egoístas que preferem gastar dinheiro com au-au do que adotar uma criança pobre que tem por aí aos montes; b) pobre casal que deve ter problemas de reprodução (“será ele que é estéril ou ela que é infértl?”)…. quando na verdade o que se passa é a certeza que, ter um filho é a superação do racional pelo emocional. Parabéns pra você pelo texto. Quem sabe um dia eu também crio coragem e chego lá :)
Adorei!! Dei muita risada!
A autora do texto acabou com o mito, agradeço, pois sendo pai, por tabela levei muita resposta atravessada. Fiquei sem a mulher com que casei por muito tempo, ouvi muita reclamação, mas ainda estou com ela. Serão trinta anos juntos se ainda eu estiver vivo. A mulher que quer ser mãe tem que se preparar para isso. Ser mãe com a ajuda da mãe é mais fácil, quero ver é cuidar da criança sozinha e o pai trabalhando para segurar o rojão aceso.
Caraca, ri muito da sua cronica e aprovo plenamente. Parece que algumas mães regridem à idade mental de seus filhos com a maternidade. Como pai de duas meninas e sempre presente nessas fases de “adaptação” nas escolas, posso dizer que não tem nada mais chato que mães, e pais que só falam de seus rebentos 24 horas por dia. Parece que não fazem mais nada o dia todo. Enfim, gostei muito muito dos seus escritos e parabéns.
hehehehehe
Marina, a minha mãe foi uma dessas mulheres que não sabia como ser mãe (e nem queria isso, queria estudar, fazer faculdade, seguir carreira…mas acabou casando e teve filhos) e eu nunca tinha entendido muito bem por que ela não queria essa vida. Quando eu tinha 11 anos a minha mãe virou pra mim e disse que deveria ter me abortado, que filho era uma pedra no sapato, que ela não servia pra ser mãe, e que se eu não tivesse nascido ela já teria se separado do meu pai (porque estava casada só por minha causa e não amava ele) e iria atrás dos sonhos dela. Foi muito pesado enquanto filha ouvir isso. Eu compartilhava do sentimento de muitas mães indignadas com mulheres que não assumem o papel de mãe. Tive muita raiva e mágoa da minha mãe. Hoje tenho 28 anos, a minha mãe morreu de câncer quando eu tinha 22. E dos meus 11 aos 22 a minha relação com ela se tornou péssima. Fiz anos de terapia pra superar tudo. Seu texto me ajudou a entender algumas coisas. Ainda hoje não concordo com o fato da minha mãe ter dito PRA MIM aquelas coisas (deveria ter dito pra uma terapeuta, uma amiga, escrito num blog), foi cruel. Não concordo com a forma como ela fez, mas entendo a dor dela. Apesar de tudo, penso em ser mãe. Sei que não vai ser fácil. Penso que é como criar um cachorro: exige muitos cuidados diários, só que é pior. E reconheço que ainda não tenho estrutura física, financeira nem emocional pra ser mãe hoje. Daqui a 2 anos quero pensar nisso. Sabendo de todos os riscos, custos e benefícios. Obrigada pelo texto. Abs, Monique
Olá Monique! Minha mãe foi péssima, esquizofrenica e de longe conheci alguém que tenha passado pelo que passei, obviamente nunca gostei dela, mas nunca encasquetei isso simplesmente prossigo vivendo, ela também morreu. Mas quando eu fui mãe e vi pelo que ela havia passado, aí sim eu ne compadeci dela. Afinal ela cuidou de mim, mesmo que só por alguns anos, mas cuidou, decerto era o melhor que ela podia fazer. Crianças sugam a vida de quem cuida delas. Faço o melhor pela minha filha, que aliás foi planejada com toda estrutura que uma criança precisa. Mas sinceramente me arrependo de ter decidido ser mãe.
Olá, tive minha mãe até os 4 anos de idade, ela morreu, era uma mãe muito carinhosa. Não tenho lembrança, só o que os outros dizem. Fui morar com uma madrinha, me mandaram pra lá. Fui maltratada, sofri abuso psicológico, era chamada de tudo quanto é possível imaginar. Ela dizia que não me batia porque não tinha coragem, mas queria me matar. Minha irmã me abandonou, era mais velha e por isso poderia me proteger. Um cara tentou abusar sexualmente de mim, essa madrinha não se importava se eu estava segura ou não. Meu nem apareceu pra nada, nem o nome tenho registrado.
Enfim, hoje tenho às vezes vontade de ser mãe, às vezes, medo pois sei que não é paraíso. Não romantizo maternidade, sei que é dureza. E também não busco corresponder ao que a sociedade quer. Só correspondo ao que faz feliz.
Texto muito foda (maravilhoso). A autora tem mais? Aonde? Quero ler todos, por favor.
Olá Marcia. Tem sim, segue o link: https://livreopiniao.com/?s=marina+filizola
Sou mãe de uma de 11 anos…tb não curto bla bla bla de mãe ,fujo do social desenfreado entre as mães já sai da fase das fraldas graças a Deus..vivi momentos gostosos na infancia dela até os 10 anos mas agora ela entrou na pré-aborrescência ….e tá muito chata comigo e um anjo com o pai…ele sempre foi “seu maior amor” ele em primeiro eu em segundo…acho bacana a relação entre os dois..somos casados há 13 anos…mas tem hora que é um saco…todo dia: Cd o papai? e o papai? Papai já voltou…eu tô aqui mas ela quer o pai….adoro escrever como vc Marina…tenho blog…e estou até para fazer um curso de escrita criativa pra desenvolver essa minha habilidade meio inata, …imagino que ser mãe de menino dê mais trabalho, tenho prima e algumas amigas mães de meninos…(e realmente eles não param mesmo…não sei como conseguem armazenar tanta energia rs…mas tem exceções que eu tb conheço…acredite!….eles passam por fases assim como nós…) uma tem 2 gêmeos meninos, tá no segundo casamento e ficou viúva recente do pai deles…com 38 anos…o cara só bebia…e foi da Vila Madalena pro cemitério..largou ela com as crias…sem nem ter desejado um “‘boa sorte”..Um grande bjs e adorei a sua liberdade de expressão…é uma puta liberdade…vc realmente “coloca pra fora” o que pensa..são poucos que conseguem…
Faço minhas suas palavras, ou faço suas as minhas? É osso e ninguém nos conta a verdade. Tive a “audácia”, palavras da sogra, de colocar meus dois na creche por 1/2 dia, aos 6 meses, só para ter tempo de, pelo menos, tomar banho com calma, pentear-me, trocar de roupa, cozinhar, limpar casa, estas “coisinhas” de Escrava Isaura. Tirando os resfriados que pegavam semana sim, semana não, foi a melhor coisa que fiz para nós. Fralda,papinha,banho,troca de roupas, mamadeira, banho, fralda, suquinho……..Por que só as mulheres? Os outros mamíferos, andou, te vira nos 30.
Sou professora, amei o seu texto ao ler via as imagens das situações que eu passei é tudo verdade, ri muito agora.
Não sou mãe e não pretendo ser ( Já tenho meus 42 anos). Pelo seu relato, fiz a escolha certa para minha vida.