Espetáculo estreado em janeiro, com apoio do Itaú Cultural, chega agora ao palco do instituto, com trama que começa quando se aproxima do fim de um jogo de sobrevivência entre dois personagens presos em um abrigo de refugiados
A programação Terça Tem Teatro, do Itaú Cultural, apresenta no dia 5 de julho (terça-feira), às 20h, a peça Fim de Jogo, de Samuel Beckett, dirigida por Isabel Teixeira. Em cena, estão lado a lado Renato Borghi, com trajetória de 60 anos no teatro brasileiro, e Elcio Nogueira Seixas, ator que estreou nos palcos em 1993, na reabertura do Teatro Oficina – fundado por Borghi e José Celso Martinez Corrêa. Com o espetáculo, a dupla celebra 20 anos de atividades ininterruptas do grupo Teatro Promíscuo, fruto da parceria dos dois atores.
Estreada em janeiro deste ano, com apoio do Itaú Cultural, Fim de Jogo tem Renato Borghi no papel de Hamm, um velho cego e com paralisia, que é obrigado a conviver com Clov, personagem de Elcio Nogueira Seixas, homem que tem uma estranha enfermidade que o impede de sentar-se. É assim que eles dividem o abrigo onde estão refugiados, junto com os pais de Hamm, Nagg e Nell, representados in memoriam por Adriano Borghi e Maria de Castro Borghi, pais de Renato na vida real.
A peça começa quando o jogo se aproxima do fim. Na trama, não há pistas sobre que espécie de apocalipse criou tamanha desolação, eClov espia essa terra devastada por meio de uma luneta através de pequenas janelas. Hamm dá as ordens neste jogo da sobrevivência, enquanto Clov cuida da cozinha e de outras questões de ordem prática.
Entre o real e o cênico
A base para a criação de Fim de Jogo teve início em 1999, quando o Teatro do Promíscuo realizou uma série de workshops voltados à obra de Samuel Beckett. Dezessete anos depois, a equipe formada por Renato Borghi, Elcio Nogueira Seixas, Isabel Teixeira e o professor e pesquisador especialista em Beckett, Fábio Rigatto de Souza Andrade, segue as mesmas perspectivas levantadas à época, para a criação da peça: o fim das utopias e das esperanças demasiadas no progresso da humanidade.
A temporada de estreia, no começo do ano, aconteceu dentro do apartamento de Renato Borghi, que foi transformado em espaço cênico para dar força e coerência à concepção do espetáculo, uma vez que durante a criação foi considerada a arquitetura do ambiente, assim como toda a história do local, a trajetória pessoal de Borghi, relíquias e memórias de sua carreira, que se confundem com mais de meio século do Teatro Brasileiro. Para compor o espaço, foram usados em cena objetos decorativos e pessoais, fotografias, móveis originais da casa do ator, que usa ainda de forma inusitada e original seus pais – já falecidos – na encenação.
Na apresentação no Itaú Cultural, o público irá conferir a cenografia montada após a temporada de estreia, quando o ambiente da casa foi reproduzido para o palco, incluindo paredes, teto, pisos, portas e janelas. Com a casa de Renato Borghi podendo ser remontada em qualquer espaço, a equipe nomeou o projeto de “Hamm-Home Theatre”, em referência ao personagem do ator na peça.
Sobre o dramaturgo e os atores
O escritor irlandês Samuel Beckett nasceu em 13 de abril de 1906 e morreu em 22 de dezembro de 1989. Foi um dos fundadores do teatro do absurdo e é considerado um dos principais autores do século XX. Graduou-se em literatura na Trinity College, de Dublin, em 1927, e no ano seguinte começou a lecionar – primeiro em Paris e depois na Irlanda. Sua obra foi traduzida para mais de 30 idiomas. Escreveu, além de obras narrativas, diversas peças teatrais, e em 1969 recebeu o Prêmio Nobel de Literatura. Fim de Jogo foi escrita entre 1955-1957, na atmosfera do pós-guerra, originalmente em francês e depois em inglês.
Renato Borghi possui uma das trajetórias mais destacadas da história do Teatro Brasileiro. Venceu três prêmios Moliére e todos os outros grandes prêmios da cena nacional, em categorias como ator, dramaturgo, diretor e pesquisador. Fundou o Teatro Oficina em 1958, ao lado de José Celso Martinez Corrêa; nos anos 1970, criou o Teatro Vivo, com Estér Góes; durante a década de 1980, lançou-se como dramaturgo e escreveu peças de enorme sucesso como A Estrela Dalva (com Marília Pêra) e Lobo de Ray Ban (com Raúl Cortez e Christiane Torloni). Em 1993, fundou o Teatro Promíscuo, com o ator Elcio Nogueira Seixas. Em 2010, voltou a conquistar público e crítica estrangeiros com as peças da Embaixada do Teatro Brasileiro, que percorreu 15 países ibero-americanos, em busca de novas dramaturgias.
O ator e diretor Elcio Nogueira Seixas iniciou sua carreira participando da reabertura do Teatro Oficina, com Ham-let, sob a direção de José Celso Martinez Corrêa, em 1993, ano em que fundou o Teatro Promíscuo com Renato Borghi. Ao longo dos 20 anos da companhia, idealizou, dirigiu e protagonizou vários espetáculos e projetos, como Édipo de Tabas e Tio Vânia, sempre ao lado de grandes nomes do teatro brasileiro, a exemplo de Tônia Carrero, Eva Wilma, Pedro Paulo Rangel, Beth Goulart, Hélio Eichbauer, Daniela Thomas e Fauzi Arap. Ganhou os prêmios Shell e APCA de 2002, e em 2010 recebeu da crítica o prêmio cubano Villanueva, por Embaixada do Teatro Brasileiro. Em 2008, lançou Borghi em Revista, seu primeiro livro, pela Coleção Aplauso.
SEVIÇO
FIM DE JOGO
Dia 5 de julho (terça-feira), às 20h
Autor: Samuel Beckett. Tradução: Fábio Rigatto de Souza Andrade. Direção: Isabel Teixeira. Elenco: Renato Borghi (Hamm), Elcio Nogueira Seixas (Clov), Maria de Castro Borghi em memória (Nell), Adriano Borghi em memória (Nagg).
Duração: 105 minutos
Classificação Indicativa: 18 anos
Sala Itaú Cultural (247 lugares)
Interpretação em Libras
Entrada gratuita.
Distribuição de ingressos:
* Público preferencial: 2 horas antes do espetáculo
* Público não preferencial: 1 hora antes do espetáculo
Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108
R$ 10 pelo período de 12 horas.
Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural: 3 horas: R$ 7; 4 horas: R$ 9; 5 a 12 horas: R$ 10.
Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.
Acesso para deficientes físicos
Ar condicionado
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