Jefferson Pereira: À Margem

À Margem

 
Eram pretos,
Todos pretos.
De almas pretas,
Cores pretas,
Vidas feitas e
Desfeitas por
Serem pretas (os).
Eram vítimas
Da violência seca,
Da brancura imperfeita.
Eram pretos os meninos
Da favela de tons cinzas,
De almas solitárias e pretas.
Eram vermelhos os olhos das
Mães pretas, que choravam pelos
Meninos mortos pela polícia azeda.
Eram todos pretos, de almas
Pretas, de gestos e sonhos
De diferentes matizes pretas.
Eram todos pretos os velhos
De botas pretas, que batiam
Nas vítimas por serem pretas.
Somos pretos, todos pretos…
Filhos de gente preta, que mora
Na rua da amargura, reféns dos
Tiros e das mortes pretas.
jefferson pereira

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