AuTORES EM CENA leva ao palco filhos e jovens autores para interpretar textos dos pais escritores e de suas referências literárias

Nesta edição, a série que se propõe a transformar autores em atores no primeiro dia desafia escritores da nova geração a prestar tributo no palco a Adelaide Carraro e Manoel de Barros, suas referências literárias; no segundo, filhos homenageiam os seus pais, o paulista Ignácio de Loyola Brandão e o gaúcho Luis Fernando Verissimo, em apresentações que celebram os 80 anos de vida de cada um

Nos dias 6 e 7 de agosto (sábado e domingo), a sétima edição da série AuTORES EM CENA, que segue com a curadoria do escritor Marcelino Freire, junta no palco do Itaú Cultural filhos de escritores para interpretar textos de seus pais e outros que homenageiam autores pelos quais foram influenciados. Em duas apresentações com dois atos a cada dia – Os Filhos da Criação e Os Pais de Criação – na primeira, as diretoras Laís Dória e Vanessa Bruno dirigem jovens autores que escrevem inspirados em Manoel de Barros e Adelaide Carraro. Na segunda, Ignácio de Loyola Brandão e a sua filha e cantora Rita Gullo apresentam a versão compacta de seu show literomusical Solidão no Fundo da Agulha, e Luis Fernando Verissimo é homenageado pelos três filhos por seus 80 anos de vida.

Os dois primeiros atos da série, no sábado (dia 6), às 20h, compõem Os Filhos de Criação e jogam foco na influência de escritores veteranos sobre os novos autores contemporâneos. Começa com 100 anos de Manoel de Barros, idade que o poeta mato-grossense morto em 2014 faria em dezembro. As suas conterrâneas, a diretora e atriz Laís Dória e a filha dela, a bailarina, coreógrafa e performer, Gisela Dória conduzem os jovens poetas Arthur Moura Campos, Fino Dflow e Mel Duarte na encenação de textos do poeta das “coisas ínfimas”.

Arte: Arthur Moura Campos

No segundo ato do dia, 80 anos da escritora Adelaide Carraro, a diretora Vanessa Bruno chama a poeta Anna Zêpa, a cronista Marina Filizola e a romancista Paula Fábrio para encenarem trechos de textos da escritora, mesclados a outros escritos por elas, evidenciando a reverência que prestarão à autora paulista, morta em 1992 vítima de câncer. Adelaide publicou mais de 40 títulos e vendeu mais de dois milhões exemplares de sua obra no período da ditadura militar, como os infanto-juvenis Meu Professor, Meu Herói (1973), O Estudante (1975) e Eu e o Governador (1977), que relata um suposto romance dela com o então gestor do estado de São Paulo, Jânio Quadros.

Da esq. para dir.: Anna Zêpa, Paula Fábrio e Marina Filizola

Loyola Brandão e Verissimo em dois atos

A apresentação do domingo (dia 7), às 19h é Os Pais de Criação. O primeiro ato, 80 anos de Ignácio de Loyola Brandão, leva ao palco o escritor paulista, a sua filha, a cantora Rita Gullo, e o violonista Edson Alves. Eles apresentam uma versão compacta do show Solidão no Fundo da Agulha, que estreou recentemente como resultado do livro-CD de mesmo nome e autoria da dupla pai e filha. Em uma mistura de música e poesia, ele declama crônicas pessoais sobre suas lembranças ligadas a músicas e lugares que marcaram a sua vida e ela interpreta os textos em formato de canção.

Rita Gullo e Ignácio de Loyola Brandão

Os três filhos de Luis Fernando Verissimo encerram esta série de AuTORES EM CENA com o ato 80 anos de Luis Fernando Verissimo, uma performance improvisada: sentados em banquetas altas, Pedro, Fernanda e Mariana Verissimo fazem um jogo de leitura, encenação e momentos de música, solos de guitarra, inspirados em textos do patriarca.