BR TRANS, com direção de Jezebel De Carli e atuação de Silvero Pereira, leva à Sala Itaú Cultural histórias de exclusão, discriminação e superação baseadas em relatos de travestis, transformistas e transexuais de Porto Alegre; no palco, o ator é acompanhado pelo músico Rodrigo Apolinário, no teclado e percussão ao vivo
Nos dias 13 e 14 de agosto, o Itaú Cultural recebe um trânsito de informações e de fatos reais sobre um “Brasil-trans” construído a partir da convergência e dos deslocamentos entre os polos do Nordeste e do Sul do país. É o espetáculo BR TRANS, com direção de Jezebel De Carli e atuação de Silvero Pereira, que apresenta histórias que se encontram e se confundem entre si e com a vida e as inquietações do ator. A peça integrou a programação do 30º Festival Hispano, em Miami, como espetáculo convidado a representar o Brasil.
BR TRANS surgiu de pesquisas e conversas com travestis, transformistas e transexuais de Porto Alegre, pelas ruas e casas de show da cidade. O espetáculo reafirma a potência da arte enquanto subversão e transformação ao levar aos palcos a vida de travestis e transexuais, reconfigurando cenas sobre preconceito em histórias de superação. Sua construção se faz necessária à medida que foca na sensibilização por meio da arte e no seu reconhecimento enquanto meio de transformação social e de enfrentamento frente a um cenário marcado pelo preconceito e pela discriminação. São narrativas sobre exclusão e violência, presentes no cotidiano dessa população.
Na apresentação, Pereira é acompanhado em cena pelo músico Rodrigo Apolinário, no teclado e percussão. No desenrolar da peça, o ator canta músicas como Meninas de Ponta, do grupo Rosa de Pedra, Três Travestis, de Caetano Veloso, Masculino e Feminino, de Pepeu Gomes, Geni e o Zepelin, de Chico Buarque, além de interpretar canções executadas mecanicamente, como Balada de Gisberta, do português Pedro Abrunhosa, e Shake it out, da banda britânica Florence and the Machine.
O Projeto BR conflui com as questões suscitadas pelo Mapeamento Cultural LGBT, realizado pelo SOMOS – Pontão de Cultura LGBT, com o objetivo de documentar manifestações artísticas LGBT brasileiras. A pesquisa, que trouxe dados importantes sobre este cenário, revelou a arte transformista como sua manifestação mais singular e de maior relevância. Também, reafirmou suas raízes no teatro e revelou uma série de dificuldades marcadas por inúmeras formas de discriminação.
Após três anos da estreia, o espetáculo realizou mais de 280 apresentações, passou por 12 estados, como Rio Grande do Sul, Pernambuco, Paraíba, Ceará, Santa Catarina e Rio de Janeiro, mais de 30 cidades, 14 Festivais Nacionais, dois Seminários Internacionais e dois Festivais Internacionais, nos Estados Unidos e Alemanha.
Jezebel De Carli
Diretora, professora e atriz de teatro. Integra o Coletivo Errática desde sua fundação, em 2012. Dirigiu os espetáculos Ramal 340: sobre a migração das sardinhas ou porque as pessoas simplesmente vão embora, em 2015; MacBodas: tequila, guacamole y algo más, nos anos de 2014 e 2015. É Mestre pelo Programa de Pós- Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Integrou a pesquisa A utilização das energias corporais no trabalho do ator, participou do grupo TEAR, é diretora da Santa Estação Cia de Teatro e do espetáculo Parada 400: convém tirar os sapatos, com o qual recebeu o Prêmio Açorianos de Melhor Direção/2005. Com a adaptação da obra de Willian Shakespeare, A Tempestade e os Mistérios da Ilha, recebeu os prêmios Quero-Quero, nas categorias espetáculo de teatro infantil, direção, atriz coadjuvante, cenografia, iluminação e trilha sonora original; e o Tibicuera de Teatro infantil/2006, nas categorias melhor espetáculo do júri popular, atriz coadjuvante, iluminação, trilha sonora original e produção. Também ganhou o Prêmio Brasken/2007 de Melhor Espetáculo pelo Júri Popular. No ano de 2008 dirigiu o experimento musico-teatral inspirado nas trilhas sonoras das peças da Santa Estação, chamado Lipstick Station. Em 2009 a Santa Estação Cia de Teatro foi contemplada com o Prêmio Myriam Muniz de Artes Cênicas na categoria manutenção de grupo, com o Projeto Movimentos: Percorrendo Estação. Em outubro de 2010, a Santa Estação estreou o espetáculo Hotel Fuck: num dia quente a maionese pode te matar, premiado pelo Myriam Muniz de Teatro pela Funarte/2009, além de ter recebido 10 indicações ao Prêmio Açorianos de Teatro/2011 e o Prêmio Brasken de melhor ator no 18º Porto Alegre Em Cena. Em 2011 a Santa Estação foi contemplada com o Prêmio Myriam Muniz de Circulação/2011, com o projeto Hotel Fuck in City. Por dois anos seguidos, em 2013 e 2014, foi a diretora artística da cerimônia de premiação do Prêmio Brasken do Festival Internacional de Teatro e Dança de Porto Alegre. Ainda, em 2015, foi responsável pela direção e dramaturgia, ao lado de Silvero Pereira, do espetáculo Quem Tem Medo de Travesti, produção do coletivo artístico AS TRAVESTIDAS, da cidade de Fortaleza.
Silvero Pereira é ator, dramaturgo, produtor cultural, maquiador, iluminador, aderecista, diretor e artista plástico. Começou a carreira em 1998 integrando a Cia Dionisyos de Teatro. Em 2000 ingressou para a CIA LUA de Teatro, com a qual atuou nos espetáculos Rosa Escarlate, Dominus Tecum e Não Confirmo Nem Duvido. No mesmo ano fundou o Grupo Parque de Teatro, por meio da Fundação Parque de Formação Integral do Tapuio, na cidade de Aquiraz, onde desenvolveu um trabalho social e voluntário com crianças e jovens usando a arte como mecanismo educacional e social. Entre 2001 a 2004 atou no Grupo Bagaceira de Teatro. Já em 2006 fundou a Inquieta Cia. de Teatro. Entre 2009 e 2012 foi professor do Curso Princípios Básicos de Teatro do Theatro Estadual José de Alencar, em Fortaleza, onde dirigiu e produziu os quatro espetáculos. Em 2005 fundou o COLETIVO ARTÍSTICO AS TRAVESTIDAS e produziu e dirigiu os trabalhos Uma flor de dama (2005), Cabaré da dama (2008), Engenharia Erótica – Fabrica de Travestis (2012), Cabaré das Travestidas (2014) e QTMT – Quem tem medo de Travesti (2015). Atualmente desenvolve uma pesquisa sobre o Universo Trans, intitulada Cartografia Artístico e Social do Universo Trans no Brasil, uma pesquisa sobre a travestilidade e transexualidade no Brasil de norte a sul.
SERVIÇO:
BR TRANS
Dias 13 de agosto, às 20h (sábado)
Dia 14 de agosto, às 19h (domingo)
Duração: 80 minutos
Sala Itaú Cultural
247 lugares
Classificação Indicativa: 16 anos
Entrada gratuita
Distribuição de ingressos:
Público preferencial: duas horas antes do espetáculo
Público não preferencial: uma hora antes do espetáculo
Interpretação em Libras
Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108
R$ 10 pelo período de 12 horas.
Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural: 3 horas: R$ 7;
4 horas: R$ 9; 5 a 12 horas: R$ 10.
Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.
Acesso para deficientes físicos
Ar condicionado
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