no diário perdido
a bordo das traças
& baratas afins
o hóspede da vez
é um retrato qualquer
deitado na ponta dos dedos
no rosto
um lapso de sonho
dependurado & colocado
no spc serasa etc
algo como um pêndulo
na gema do olho
algo como um ocaso qualquer
sem âncoras nem terra firme
no retrato qualquer
idos dos seis sete anos
cheio de esporas nos pés
que gritam (ainda)
às sinapses
aos ouvidos moucos
& esquecidos:
levanta-te & corre
derruba a torre
os cavalos
os bispos
os reis
queime esse tabuleiro
[diariamente
(22:35 // 26.09.2016)
★★★
André Bonfim é poeta, callejero & professor de filosofia.