Teatro Oficina apresenta o espetáculo ‘Bacantes’ no Sesc Pompeia

As apresentações acontecem no Teatro do Sesc Pompeia, nos dias 21, 22 e 23 de outubro, sexta e sábado, às 18h, e domingo, às 17h.

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Sesc Pompeia recebe o espetáculo Bacantes, do Teatro Oficina. Inspirado na obra original de Eurípedes, a montagem traz temas sociopolíticos da atualidade.

Em décadas de atuação, o Teatro Oficina já participou de grandes momentos da história do teatro brasileiro. E comemorando os 20 anos da primeira apresentação de sua peça mais famosa, a nau liderada pelo dramaturgo Zé Celso Martinez Corrêa desembarca no Sesc Pompeia para reencenar em, curtíssima temporada, Bacantes.

Inspirado na tragédia grega escrita pelo poeta Eurípides, Bacantes narra a história de Dionísio, deus do Teatro, da alegria, do vinho e das festas. Em suas andanças, o deus retorna a Tebas para se vingar da família real da cidade, que nunca acreditou que sua mãe mortal Sêmele foi amante de Zeus, não reconhecendo Dionísio como uma verdadeira divindade. Para complicar ainda mais a situação, o rei Penteu, primo mortal do jovem deus, declara a proibição do culto a Dionísio por toda a cidade, o que vai levar os dois antagonistas a uma inevitável rota de colisão.

Misturando carnaval, delírio e antropofagia, a montagem do Teatro Oficina pinta sua montagem com cores políticas e resignifica o original grego. Símbolo da alegria e protetor de todos aqueles que se encontram a margem da sociedade, Dionísio e seus seguidores representam um ideal de liberdade que nunca deve ser esquecido. A obra possui duração aproximada de 6 horas e não será permitida a entrada de menores de 18 anos, mesmo acompanhados dos pais.

58 anos de irreverência

Zé Celso, criador do Teatro Oficina e responsável pela dramaturgia, direção e composição musical do espetáculo Bacantes, é considerado um dos mais importantes encenadores do teatro nacional. Suas obras de inspiração antropofágica, movimento teorizado pelo poeta paulistano Oswald de Andrade, transitam entre temas polêmicos e questões sociais, urbanas e políticas.

Na primeira montagem de as Bacantes, em 1993, a diretora Cibele Forjaz foi a responsável pela criação da luz. Nessa temporada, ela assina novamente a iluminação.

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Teatro Oficina Uzyna Uzona

Fundada em 1958, a Companhia Teatro Oficina se profissionalizou nos anos 60 e obteve imenso sucesso nacional e internacional de crítica e de público. Em espetáculos como O Rei da Vela, Roda Viva e Gracias Señor, experimentou tirar o ator do palco e o público da cadeira. Foi censurada e exilada nos anos 70 pelo regime militar, reexistindo em Portugal na apresentação de espetáculos em fábricas, durante a Revolução dos Cravos, e realizando obras cinematográficas naquele país, em Moçambique, Inglaterra e França.

Com a abertura política aos poucos, a companhia foi retomando as atividades no Brasil. Em 1984, transformou-se em Associação Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, misturando ao teatro, a música, artes visuais, vídeo, arquitetura e urbanismo em processos de co-criação entre artistas.  Sob a constante ameaça da especulação imobiliária, o Oficina foi tombado e desapropriado pelo Estado de São Paulo para a continuação de suas pesquisas cênicas, que incluíam a construção de um novo teatro.

Este teatro, projetado por Lina Bo Bardi e Edson Elito, mas ainda sem sua expansão pelo entorno, estreou com Ham-let de Shakespeare em 1993 com enorme repercussão, seguido de montagens que até hoje fazem parte do repertório da companhia como Bacantes, de Eurípedes e Os Sertões,  a partir do livro de Euclides da Cunha.

O Oficina constituiu-se como uma Companhia múltipla e singular frente às formações teatrais e demais companhias existentes hoje – não só pelo número de componentes e amplo repertório trabalhado, mas principalmente pela variedade de gerações presentes partilhando conhecimentos e processos de criação. Mais que um grupo, o Teat(r)o Oficina é um movimento que coloca em cena a arte e a cultura como infraestruturas da vida, potências fundamentais capazes de pensar e criar novos valores sociais, políticos, econômicos, ambientais, afetivos.


Local: Teatro

Duração: 6 horas, incluindo 2 intervalos.

Venda limitada a 04 ingressos por pessoa
O espetáculo não terá lugares marcados e serão vendidos na modalidade sequencial. Para pessoas com dificuldade de locomoção haverá reserva das primeiras fileiras do Teatro.

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