||Entre|| Arte e Acesso, ciclo sobre acessibilidade nos campos da arte e da cultura, tem debates, shows, teatro, dança e performance

Durante três dias, a programação realizada pelo Itaú Cultural trata da arte e da cultura pelo viés da acessibilidade e mostra a potência criativa dos artistas, como Dudu do Cavaco e os instrumentistas dos projetos Alma de Batera e Batuqueiros do Silêncio, a performer Estela Lapponi, o coreógrafo norte-americano  Antoine Hunter e as trupes teatrais Documental Cia. e Grupo Ninho

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De 9 a 11 de dezembro (sexta-feira a domingo), o Itaú Cultural realiza a segunda edição da programação || Entre || Arte e Acesso, quedá luz ao talento e profissionalismo de artistas com deficiências, que usam o corpo como uma potência criativa para expressar a sua arte. Além de shows, peça teatral, performance e dança, conta com mesas para debater e refletir sobre a deficiência na perspectiva social e a acessibilidade em cena.

A programação abre na sexta-feira, dia 9, às 14h30, com pocket show do músico mineiro Dudu do Cavaco, no piso térreo do Itaú Cultural. Primeiro músico com síndrome de down brasileiro a gravar um DVD e CD, o artista é um prodígio da música, começou a tocar pandeiro ainda criança e aos 12 anos chegou ao cavaquinho, seu instrumento preferido. Hoje um profissional desta arte, já fez mais de 150 palestras e 80 shows, e abriu espetáculos, como o do grupo conterrâneo Jota Quest no estádio do Mineirão, em Belo Horizonte. Na apresentação no Itaú Cultural, toca repertório variado, com clássicos da bossa nova como Garota de Ipanema e Eu sei que vou te amar, a marchinha Bandeira Branca, os sambas Trem das Onze e Aquarela do Brasil, além de um instrumental de pandeiro e repique.

Às 16h, no Piso -2, o público confere a mesa Movimentos e modelos: A deficiência na perspectiva social, que discute o modelo social da deficiência, com Adriana Dias e Carlos Vinícius. Ela coordena o Comitê Deficiência e Acessibilidade da Associação Brasileira de Antropologia, é coordenadora de pesquisas no Instituto Baresi, voltado para políticas públicas para pessoas com doenças raras, e da ONG Essas Mulheres, que luta contra a violência que afeta mulheres com deficiência. Ele é mestre em psicologia pela Universidade Federal da Bahia, onde trabalha com o tema “Estratégias de enfrentamento psicológico de pessoas negras e com deficiência frente ao duplo estigma”. A mediação é Camila Alves, educadora do Centro Cultural Banco do Brasil no Rio de Janeiro.

Apresentação inédita

Uma estreia marca a seguinte atividade, às 16h30, também no térreo do instituto. A artista paulistana Estela Lapponi apresenta, pela primeira vez, Solos, experimento de sua concepção e interpretação que une dança, performance e artes visuais. A paisagem sonora, também assinada pela artista, remete a uma praia, com elementos da natureza, água, ondas, sons de pássaros e também sons urbanos, envolvendo um espaço de areia em que faz a sua performance utilizando uma bengala. Ela cria, assim, um ambiente em que a sensação de tempo e espaço são diferentes do que se vive fora dele. Em uma provocação de estranhamento para o público, a artista cria, assim, uma realidade que se sobrepõe às experiências de realidade do observador.

A ação performática de Estela parte de situações autobiográficas para criar Solos em uma composição que tem como foco a pesquisa de movimento em relação ao objeto, neste caso, a bengala, com a improvisação e a composição em tempo presente. A performance acontece nos três dias do Entre, às 16h30 na sexta-feira e sábado, e às 15h30 no domingo. O projeto tem iluminação assinada por Karine Spuri, mixagem de som de Joana Flor, figurino de Gab Gutierrez e produção da Casa de Zuleika.

O primeiro dia desta programação termina às 20h, com apresentação da peça Volúpia da Cegueira, encenada pelos cariocas da Documental Cia. O espetáculo dirigido por Alexandre Lino leva à cena as fantasias e tabus sexuais de quatro personagens cegos, em um jogo erótico-afetivo onde imagem e som agem ao mesmo tempo. O elenco é formado por Moira Braga, Felipe Rodrigues, Max Oliveira e Aléssio Abdon. Dois dos atores, Moira e Felipe, são cegos, o que propõe uma experiência sensorial que resgata da realidade o material essencial para a dramaturgia, desmitificando o que se passa na cabeça das pessoas em relação à intimidade dos que não enxergam com os olhos.

Improvisos e dança contemporânea

Às 14h do sábado, o Itaú Cultural recebe no Piso térreo uma jam session com Paola Miranda e Renan Sant’Ana, alunos do projeto Alma de Batera, que oferece oficinas de bateria para pessoas com deficiência. A proposta é democratizar o acesso à educação cultural e transformar o olhar da sociedade. Durante uma hora, os dois artistas participam desse encontro de livre improvisação na bateria, acompanhados por uma banda formada pela cantora Thais Piza, que interpretou OZ no musical We Will Rock You Brazil, Gus Correia, vocalista da banda BlackSpace, o guitarrista Felipe Castelo e o baixista Ricardo Lambiasi, ambos da banda Double Shot.

Na sequência, a programação acontece às 16h, no Piso -2, com a mesa Acessibilidade: Na cena e para a cena, que propõem reflexões sobre a acessibilidade dentro da produção artística. O debate tem mediação da atriz Andreza Nóbrega, fundadora da consultoria em acessibilidade comunicacional VouVer Acessibilidade, e conta com Adriana Somacal, diretora do grupo de teatro com surdos Signatores, e da audiodescritora Lívia Motta. Mestre em Artes Cênicas e licenciada em teatro pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Adriana é também professora de teatro no Instituto Federal de Santa Catarina. Lívia é doutora em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem pela PUC de São Paulo, professora de cursos de audiodescrição desde 2005, e autora do livro: Audiodescrição na escola: abrindo caminhos para leitura de mundo, voltado à importância da literatura para alunos com e sem deficiência.

À noite, às 20h, na Sala Itaú Cultural, o coreógrafo norte americano Antoine Hunter faz uma apresentação solo. Dançarino, instrutor da dança, ator, modelo, poeta e produtor, fundador e diretor da Urban Jazz Dance Company, ele começou a dançar com Dawn James, no Skyline High School, e hoje dança em diferentes partes do mundo.

Do Ceará a São Paulo

O último dia do || Entre || Arte e Acesso, domingo, começa às 15h30 com a apresentação final da performance Solos, de Estela Lapponi, seguida, às 16h, da peça Avental Todo Sujo de Ovo, da trupe cearense Ninho de Teatro. Eles integram a Associação Grupo Ninho de Teatro e Produções Artísticas, criada com o objetivo de contribuir para o desenvolvimento dos profissionais de teatro da região do Cariri cearense que têm opiniões e gostos pelas mesmas linguagens e poéticas teatrais.

No palco, os atores Edceu Barboza, Joaquina Carlos, Rita Cidade e Zizi Telécio encenam o texto de Marcos Barbosa dirigido por Jânio Tavares. A narrativa gira em torno de uma trama familiar repleta de sentimentos, limitações e in/verdades. Nela, o casal Alzira e Antero compartilham com comadre Noélia a angustiante espera pelo filho Moacir, que sumiu há 19 anos. Este cotidiano, no entanto, é alterado com a inesperada visita de Indienne Du Bois.

A programação é encerrada às 19h, na Sala Itaú Cultural, com show do Batuqueiros do Silêncio. O grupo pernambucano formado por alunos surdos do Projeto Som da Pele nasceu da iniciativa do músico e educador Irton Silva. Conhecido como Ras Batman Griot, ele utiliza o método MusiLibras, no qual partituras de música clássica são escritas com sinais visuais. Lanternas e um sequenciador com lâmpadas de cores e tamanhos variados formam frases rítmicas e auxiliam a compreensão dos instrumentistas.

Os percussionistas do grupo apresentam um repertório composto por canções autorais de Griot que vão do rock ao hip-hop, como Ijexá Orixá, Centro da Cidade, O Mundo Precisa e Surdo Tocando Surdo, e por músicas tradicionais de música brasileira, como pout pourri de maracatu, de toadas de ijexá e de cirandas. Além da boa música, o show mostra que a prática musical também pode ser experimentada pela comunidade surda, diminuindo as barreiras sociais e culturais.

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SERVIÇO

||Entre|| Arte e Acesso

De 9 a 11 de dezembro de 2016 (sexta-feira, sábado e domingo)

Dia 9 de dezembro (sexta-feira)

14h30

Porcket show de Dudu do Cavaco (MG)

Duração: 60 minutos

Piso térreo

Com interpretação em Libras e Audiodescrição

16h

Mesa Movimentos e modelos: A deficiência na perspectiva social

Com Adriana Dias (Campinas/SP) e Carlos Vinícius (BA), e mediação de Camila Alves (RJ)

Duração: 120 minutos

Piso -2

Capacidade: 120 lugares

Classificação indicativa: Livre

Transmissão ao vivo pelo site do Itaú Cultural (www.itaucultural.org.br)

Com interpretação em Libras e Audiodescrição

16h30

Projeto Solos, com Estela Laponi (SP)

Instalação: 9h às 20h

Performance: 16h30 às 19h30

Piso térreo

20h

Volúpia da Cegueira, com a Documental Cia (RJ)

Duração: 60 minutos

Classificação indicativa: 16 anos

Sala Itaú Cultural (230 lugares)

Com interpretação em Libras e Audiodescrição

Dia 10 de dezembro (sábado)

14h30

Jam Batera, com o projeto Alma de Batera (SP)

Piso térreo (entrada)

Duração: 60 minutos

Com interpretação em Libras e Audiodescrição

16h

Mesa Acessibilidade: Na cena e para a cena

Com Adriana Somacal (SC) e Livia Motta (SP), e mediação de Andreza Nóbrega (PE)

Duração: 120 minutos

Piso -2

Capacidade: 120 lugares

Classificação indicativa: Livre

Transmissão ao vivo pelo site do Itaú Cultural (www.itaucultural.org.br)

Com interpretação em Libras e Audiodescrição

16h30

Projeto Solos, com Estela Laponi (SP)

Instalação: 9h às 20h

Performance: 16h30 às 19h30

Piso térreo

20h

Solo com o coreógrafo e dançarino Antonie Hunter (EUA)

Duração: 60 minutos

Classificação indicativa: Livre

Sala Itaú Cultural (230 lugares)

Com interpretação em Libras e Audiodescrição

Dia 11 de dezembro (domingo)

15h30

Projeto Solos, com Estela Laponi (SP)

Instalação: 11h às 20h

Performance: 15h30 às 18h30

Piso térreo

16h

Espetáculo Avental Todo Sujo de Ovo, com Ninho de Teatro (CE)

Duração: 60 minutos

Piso -2

Capacidade: 120 lugares

Classificação indicativa: 14 anos

Com interpretação em Libras e Audiodescrição

19h

Batuqueiros do Silêncio (PE)

Duração: 60 minutos

Sala Itaú Cultural

Capacidade: 230 lugares

Classificação indicativa: Livre

Com interpretação em Libras e Audiodescrição

Para toda a programação:

Entrada gratuita

Distribuição de ingressos:

Público preferencial: 2 horas antes do espetáculo

Público não preferencial: 1 hora antes do espetáculo

Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108

Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural:

3 horas: R$ 7; 4 horas: R$ 9; 5 a 12 horas: R$ 12.

Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.

Acesso para pessoas com deficiência

Ar condicionado

 Itaú Cultural

Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô

Fones: 11. 2168-1776/1777

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Roberta Montanari: roberta.montanari@conteudonet.com

No Itaú Cultural:

Larissa Correa

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Carina Bordalo (programa Rumos)

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