‘The Blue Scarf’ – Tamara de Lempicka

Morte, Vida, Serventia

Afinal, o que é a vida?
Uma viagem numa estrada de mão dupla, um labirinto,
um desvio, ou uma simples passagem?
Seria uma linha tênue ou um eixo?
Uma caderno em branco ou todo rabiscado?
Um muro colorido ou chapiscado?

Quando há saúde, há alegria,
e quando há comida, há moradia?
Moramos sob tetos e paredes,
ou dentro de nós mesmos?

O que vemos na TV nem sempre condiz
com que se passa na nossa própria calçada.
Fechar os olhos para não ver,
mas os olhos da alma continuam abertos,
como esconder?

Há a arte para nos permitir,
ou talvez para nos distrair.
Mergulhamos nas profundezas do interior,
tentando encontrar respostas para “aquela” dor.

Cada um sendo um só
e vários ao mesmo tempo.
Máscaras para agradar aos que estão em volta,
fantasiando a realidade para amenizar o peso da derrota.

Ninguém entende.
Ninguém nunca vai entender.

Viver ou sobreviver?
Aceitar o que é imposto ou questionar?
Explorar a razão, buscar o domínio sobre a emoção.

Por vezes calmaria, como uma brisa,
e em outras, um fenômeno,
um estrago causado por um vulcão em erupção.
Pensar, pensar,
e nunca chegar à uma conclusão.

Uma charada, uma incógnita.
É breve como um sopro.
Complexa como um jogo.

Acabou o tempo!
Quando viu, já foi.
Não mais vida.
Agora, morte.

Matamos e morremos todos os dias
– de desgosto ou de alegria.
Agonia. Não há replay.
Independente da crença, a saudade reina
e fica só a vontade de tentar mais uma vez.

★★★★★★