Itaú Cultural recebe a bailarina brasileira Angel Vianna, o americano Avner Eisenberg e o japonês Tadashi Endo

Ao longo de 10 dias, o instituto apresenta espetáculos e conversas com a bailarina mineira referência na dança contemporânea, o americano aclamado como um dos maiores palhaços de todos os tempos e o coreógrafo japonês, um dos principais nomes do Butoh no mundo; no mesmo período, sedia o projeto Figuras da Dança, com gravação aberta ao público de depoimento da bailarina clássica Aracy Evans

 

Angel Vianna “Amanhã é outro dia” (Foto: Maurício Maia”

O Itaú Cultural recebe de 12 a 21 de maio (quinta-feira a domingo) alguns dos principais nomes das artes cênicas do Brasil e do exterior. Trata-se de uma série de atividades com a proposta de colocar o público nos bastidores do processo de criação da dança e do teatro, além de apresentar espetáculos com artistas que trazem uma bagagem de mais de meio século de dedicação às artes. Aos 89 anos, a bailarina Angel Vianna abre a programação em encontro no qual fala sobre sua preparação para subir ao palco, e faz duas apresentações de Amanhã é outro dia, seu mais recente solo. Aos 68, o norte-americano Avner Eisenberg reflete sobre o personagem do palhaço em duas noites do espetáculoExceções à Gravidade. Prestes a completar 70 anos, o bailarino japonês Tadashi Endo também participa de encontro com o público e fecha a programação com as apresentações dos espetáculos One-Nine-Four-Seven, Fukushima Mon Amour e MA.

No dia 12 (sexta-feira), às 16h, Angel Vianna é a convidada da programação Camarim em Cena, na qual conta sobre o momento que antecede o ato de entrar no palco e sobre sua relação com a dança, seu ofício há quase oito décadas. Nascida em 1928, em uma tradicional família mineira de Belo Horizonte, Maria Ângela Abras Vianna deu, aos 12 anos, os primeiros passos de uma trajetória que a levou a ser uma das pioneiras da dança contemporânea no país. Ela é a principal replicadora do movimento da Dança-terapia e Expressão corporal no Brasil, trabalho realizado ao lado do bailarino Klauss Vianna (1928-1992).

Deste encontro, ainda na adolescência, Angel e Klaus não se separaram mais, nem na vida e nem na arte. Em 1955 ela montou a sua primeira escola de dança na casa em que foi morar com ele, e o sucesso da iniciativa levou o casal a fundar o Ballet Klauss Vianna, quatro anos mais tarde. Com o olhar sensível às singularidades dos corpos, inauguraram em 1975 o Centro de Pesquisa Corporal Arte e Educação, embrião da Escola Angel Vianna, que criariam em 1983. Angel criou trabalhos coreográficos inovadores com as companhias Ballet Klauss Vianna, Grupo Brincadeiras, Grupo Teatro do Movimento e o Grupo Corpo Teatro do Movimento, recebeu várias homenagens, condecorações e premiações, e desde 1948 produz, cria e ensina dança.

A trajetória de quase 90 anos de vida e quase 80 de dança é a base do solo Amanhã é outro Dia, que Angel Vianna apresenta nos dias 13 e 14 de maio (sábado e domingo), no Itaú Cultural. Com direção e dramaturgia do ítalo argentino Norberto Presta, o espetáculo reconstrói, de modo artístico, as últimas décadas de carreira da bailarina, a partir da sua chegada ao Rio de Janeiro, em 1965, quando seu corpo e a cidade viviam momentos marcantes e se influenciaram mutuamente. No palco, Angel dança e conta sua história com uma nova coreografia autoral.

Ainda no dia 12, às 20h, o instituto sedia a gravação da série de documentários Figuras da Dança, projeto da São Paulo Companhia de Dança. Com mediação de Inês Bogéa, a série recebe a bailarina Aracy Evans, reconhecida pela Royal Academy of Dance como a professora das professoras.

Riso

Avner Eisenberg em “Exceções à gravidade” (Foto: Marie Clauzade)

Nos dias 16 e 17 de maio (terça-feira e quarta-feira), às 20h, o Itaú Cultural recebe Avner Eisenberg, um dos maiores nomes da arte da palhaçaria de todos os tempos, no espetáculo Exceções à Gravidade. Com atuação, roteiro e direção do próprio ator, a apresentação questiona a linha fina que separa o ator de perder e de ganhar na vida, tendo como ponto de partida a própria figura do palhaço, objeto de estudo do convidado durante toda a sua trajetória profissional.

Desafiando barreiras de linguagem e de cultura, ele questiona em Exceções à Gravidade o que seria mais importante para o palhaço, personagem que não consegue se enquadrar às normas da sociedade, se tornando um perdedor nato. No entanto, considerando que ao conseguir chamar a atenção ele ganha em afeto, gerado a partir de uma mistura de amor e pena, o palhaço inverte a lógica dos fatos e se torna ganhador.

Trabalhar como palhaço foi uma opção de Eisenberg. Durante a infância em Atlanta, nos Estados Unidos, era apaixonado por malabarismo. Adulto, estudou para ser médico, mas acabou indo para os palcos e por se formar em Teatro na Universidade de Washington, em 1971. Durante dois anos estudou com Jacques Lecoq em Paris, e trabalhou na Dell’Art School of Physical Comedy, de Carlo Mazzone Clementi, na Califórnia.

Em 1984, estreou com sucesso o espetáculo Avner the Eccentric na Broadway, para onde retornou em 1989 representando o personagem Ghetto na montagem de Comédia dos Erros, de Shakespeare. Fora dos palcos, ministra cursos de palhaçaria e performances excêntricas, além de workshops para estudantes e profissionais da saúde, educação, assistência social e teatro, sobre o teatro mudo como uma ferramenta terapêutica.

Setenta

Tadashi Endo em ‘MA’ (Foto: Adalberto Lima)

O Itaú Cultural encerra essa série de quatro dias de encontros e espetáculos com personalidades das artes cênicas com a presença do bailarino Tadashi Endo, principal nome do Butoh no mundo, que completa 70 anos em 2017. Coreógrafo e diretor do alemão MAMU – Butoh Center, tem como base de sua dança o Butoh-Ma: técnica que usa o mínimo de movimento para alcançar o máximo de tensões, sensações e emoções, chegando assim a uma síntese entre teatro, performance, improvisação e dança.

Na quinta-feira, dia 18 de maio, às 20h, em mais um Camarim em Cena Endo conversa com o público sobre seu trabalho com a dança, especificamente sobre o Butoh. Após um início no teatro por meio das formas tradicionais do teatro japonês – o Noh e o Kabuki –, o coreógrafo começou a mudar a trajetória de sua carreira 1989, quando conheceu Kazuo Ohno, criador do Butoh no Japão juntamente com Tatsumi Hijikata. Do encontro, passou a desenvolver ele uma parceria que se tornou a base para seu trabalho criativo até hoje.

O coreógrafo mantém desde 2002 uma relação afetiva e criativa com o Brasil, onde já dirigiu espetáculos dos grupos LUME Teatro e Bando de Teatro de Olodum, e ministrou workshops e realizou turnês de seus espetáculos por diversas cidades brasileiras. Nesta temporada no Itaú Cultural, mostra ao público três solos de seu repertório.

Em One-Nine-Four Seven, que apresenta no dia 19 de maio (sexta-feira), tem sua própria vida como fio condutor do espetáculo. Referência direta a 1947, seu ano de nascimento, ele destaca no palco o fortalecimento de suas raízes japonesas, uma vez que vive entre o Japão e a Europa. Assim, ele expressa o MA, que significa o interstício, o estar entre, que é o elemento fundamental do Butoh-MA.

No dia 20 (sábado), o palco será de Fukushima Mon Amour, solo de Tadashi Endo com música original do compositor brasileiro Daniel Maia, criado a partir do choque do bailarino com o tsunami ocorrido no Japão em 2011. O título tem como proposta lembrar ainda as bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki, retomando a pergunta: por quê lança-las? Ele acredita que, apesar de conviverem com desastres naturais como terremotos, tufões e tsunamis, e respeitarem as forças da natureza, os japoneses não estão prontos para lidar com os desastres provocados pelo homem.

Tadashi Endo encerra a programação cênica do Itaú Cultural no dia 21 (domingo), quando apresenta MA, solo criado em 1991. Símbolo do espaço entre as coisas, o MA é uma das marcas da vida do coreógrafo, cuja dança transita na fronteira entre o Japão e a Europa. As raízes do seu trabalho estão arraigadas às tradições orientais. No entanto, é em terras ocidentais que ele se desenvolve.


SERVIÇO
12 de maio (sexta-feira)
16h
Camarim em Cena, com Angel Vianna
Duração: 120 minutos
Classificação indicativa: Livre
Sala Multiúso (Piso 2)
Capacidade: 50 lugares
Interpretação em Libras

20h
Projeto Figura da Dança / São Paulo Companhia de Dança
Depoimento Público de Aracy Evans
Duração: 150 minutos
Classificação indicativa: Livre
Sala Itaú Cultural (Piso Térreo)
Capacidade: 224 lugares
Interpretação em Libras

13 (sábado), 20h, e 14 de maio (domingo), 19h
Espetáculo Amanhã é Outro Dia
Com Angel Vianna. Direção e dramaturgia: Norberto Presta.
Duração: 50 minutos
Classificação Indicativa: 10 anos
Sala Itaú Cultural (Piso Térreo)
Capacidade: 224 lugares
Interpretação em Libras

16 e 17 de maio (terça-feira e quarta-feira), 20h
Espetáculo Exceções à Gravidade
Com Avner Eisenberg
Duração: 75 minutos
Classificação Indicativa: Livre
Sala Itaú Cultural (Piso Térreo)
Capacidade: 224 lugares
18 de maio (quinta-feira), 20h
Camarim em Cena, com Tadashi Endo
Duração: 120 minutos
Classificação Indicativa: Livre
Sala Itaú Cultural (Piso Térreo)
Capacidade: 212 lugares
Tradução Simultânea
Interpretação em Libras

19 de maio (sexta-feira), 20h
Espetáculo One-Nine-Four-Seven
Com Tadashi Endo
Duração: 60 minutos
Classificação Indicativa: 10 anos
Sala Itaú Cultural (Piso Térreo)
Capacidade: 224 lugares
20 de maio (sábado), 20h
Espetáculo Fukushima Mon Amour
Com Tadashi Endo
Duração: 50 minutos
Classificação Indicativa: 10 anos
Sala Itaú Cultural (Piso Térreo)
Capacidade: 224 lugares
Distribuição de ingressos: Aplicar nova regra
21 de maio (domingo), 19h
Espetáculo MA
Com Tadashi Endo
Duração: 50 minutos
Classificação Indicativa: 10 anos
Sala Itaú Cultural (Piso Térreo)
Capacidade: 224 lugares
Entrada gratuita

Distribuição de ingressos:
Público preferencial: 2 horas antes do espetáculo (com direito a um acompanhante)
Público não preferencial: 1 hora antes do espetáculo (um ingresso por pessoa)
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô
Fones: 11. 2168-1776/1777
Acesso para pessoas com deficiência
Ar condicionado
Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108
Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural:
3 horas: R$ 7; 4 horas: R$ 9; 5 a 12 horas: R$ 10.
Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.
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