Jefferson Pereira: ‘Quando amei as flores’

 

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‘Quando amei as flores’

De todos os amores possíveis,
Desejei os mais impossíveis.

Sofri calado em cada um,
Amei em silêncio o tempo
Que me deram, couberam.

Em cada corpo, deixei as lágrimas
Que de mim fizeram cair.

Em cada sorriso, eu tentei ser feliz,
Mesmo que o espaço sentido não
Fosse o meu, o anseio mútuo dado.

Nas partidas, cuidei para ser eu,
Para deixar as marcas das palavras
Talhadas em madeira de versos sinceros.

É que amar alguém é entregar-se aos
Mais íntimos afetos, fazer da alma
Um rio, um trajeto (…)

Amei as flores num jardim feito
De desertos, amores passageiros,
Que só serviram de casa sem teto.

Ainda assim, amor conservo;
Digo e repito que amar é manifesto,
Ato raro de coragem, luta e protesto.

jefferson-pereira

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