Itaú Cultural exibe filmes do festival internacional ‘Move Cine Arte’

São apresentadas 11 obras entre curtas, médias e longa metragens ligadas à arte, como criações artísticas e biografias; algumas sessões são seguidas por debates com a presença dos curadores do festival, diretores de filmes ou especialistas em cinema

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‘Attemps’ – Aliona van der Horst

 

De 21 a 24 de setembro (quinta-feira a domingo), o Itaú Cultural apresenta 11 filmes da segunda edição do Move Cine Arte, festival internacional de cinema dedicado à exibição de filmes de arte e sobre arte, que retratam processos de criação artística, biografias de artistas ou obras de linguagens diversas: arquitetura, pintura, escultura, teatro, fotografia, dança, gastronomia, poesia, literatura, música, design, moda, performance, videoarte, entre outras. Algumas sessões no instituto serão seguidas de debate.

O festival tem curadoria do brasileiro Andre Fratti Costa e do italiano Steve Bisson e recebeu inscrições de mais de 250 trabalhos de todas as partes do mundo. Os filmes premiados foram exibidos em Veneza no dia 10 de junho. Depois de São Paulo, serão exibidos em Paris, em novembro. Ao todo, foram selecionados 28 filmes para o Move Cine Arte, entre curtas, médias e longas metragens que tratam da contaminação do cinema pelas outras formas de expressão artística. Em São Paulo, o Itaú Cultural exibe 11 deles, e os outros 17 serão apresentados no B_arco Centro Cultural Contemporâneo e no Espaço Marieta.

Entre os destaques da exibição no Itaú Cultural está o filme nacional A Deusa Branca, de Alceu França – vencedor no júri internacional do Move Cine Arte 2017 como a melhor narrativa investigativa de arte e um dos projetos contemplados pelo Rumos Itaú Cultural 2012/2014. A obra resgata o material filmado durante uma expedição à região amazônica, em 1958, na qual o artista Flávio de Carvalho pretendia realizar um filme que uniria pesquisa etnográfica e drama ficcional de toques surrealistas sobre uma menina branca raptada por índios, mas que foi um enorme fracasso. Destaque também para o média-metragem norte-americano Amarillo Ramp, vencedor na categoria de melhor diálogo entre arte e vídeo, e para o filme argentino El coral que trajimos de Brasil, vencedor como melhor filme.

Os filmes apresentados no instituto, na Sala Itaú Cultural, são: Master and Tatyana, A Deusa Branca, Monument, 15 Attemps, Amarillo Ramp, Catawba, Silent Spring, DOVNQSNOAN, El coral que trajimos de Brasil, The Karamazoffs (A walk on the SoHo years) e Along Chapel Road. A classificação indicativa é de 14 anos. 

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‘A Deusa Branca’ – Alfeu França

Sessões seguidas de debates

Três produções contam com debates após a sua exibição. Monument, no dia 22 de setembro (sexta-feira), a partir das 20h, tem a presença do curador brasileiro do festival e do professor Reinaldo Cardenuto, historiador de Cinema e participante do júri do Move Cine Arte. No sábado, 23 de setembro, após a exibição do filme El coral que trajimos de Brasil, o debate acontece com o diretor argentino Martin Sierra e com os dois curadores Fratti e Bisson. Eles também realizam a conversa após a sessão do longa Along Chapel Road, no dia 24 de setembro (domingo), finalizando a etapa das exibições dos filmes do Cine Move Arte em São Paulo.

 

SINOPSES

Master and Tatyana (Giedre Zickyte, Lituânia, 2014, 82 min)

Um retrato interessante do fotógrafo lituânio Vitus Lucks (1943-1987), que nunca recebeu o reconhecimento que merecia. Alguns o chamavam de louco, outros de gênio não só porque ele tinha como animal de estimação um leão, mas também porque ele foi o primeiro a ultrapassar as fronteiras da Lituânia e documentar a realidade espontânea das repúblicas soviéticas. Ele trabalhava tanto quanto bebia, vivia em Vilnius com sua esposa Tatyana – eles eram um típico casal vibrante da década de 60. Tão vibrante como a sua casa, sempre cheia de gente, vinho, conversas que duravam a noite inteira, visitantes vindos dos lugares mais distantes da união soviética. Ele era dominado por sua paixão pela verdade e pela fotografia.

 

A Deusa Branca (Alfeu França, Brasil, 2014, 30min53)

Em 1958, o artista e arquiteto Flávio de Carvalho integrou uma expedição à região amazônica. Seus planos eram de realizar um filme de pinceladas surrealistas que uniria pesquisa etnográfica e o drama ficcional de uma menina branca que teria sido raptada por índios. A produção se revelou um enorme fracasso e o longa metragem jamais foi concluído. Valendo-se do precioso material filmado durante a expedição, A Deusa Branca resgata esse obscuro episódio da vida desse genial artista brasileiro.

 

Monument (Igor Grubić, Croácia, 2015, 50min)

Durante os anos de 1990, a Croácia sofreu uma destruição sistemática em seus monumentos antifascistas. Com a combinação de imagens desses incríveis trabalhos de escultura abstrata com uma natureza potente que os cerca, o filme Monument cria uma poderosa metáfora visual.

 

15 Attemps (Aliona van der Horst, Holanda, 2014, 50min)

Suchan Kinoshita é uma artista holandesa com descendência japonesa e alemã. Ela é fascinada pelo sentimento de não entender algo e se deixar levar das expectativas. Ela diz: “Compreender é superestimado, é preciso tomar como ponto de partida o sentimento de não entender para se ter um relacionamento com as coisas que nos cercam.” Cineasta e artista Aliona van der Horst realizou esse filme, ou “tentou 15 vezes” (15 attempts) levando isso conta. Durante esses riscos humorados, a cineasta começa a fazer parte da exploração da protagonista, porque “poesia concreta é o que está na sua frente”. Cada tentativa chega cada vez mais perto do que é primordial no trabalho de Kinoshita: a confusão que essas tentativas causam proporcionam um espaço para que se tenha uma abordagem surpreendente sobre a existência.

 

Amarillo Ramp (Bill Brown and Sabine Gruffat, Estados Unidos, 2016, 24min)

O filme Amarillo Ramp mostra de forma poética o último trabalho do importante artista Robert Smithson, que morreu durante um sobrevoo ao local. De forma inventiva, este filme média-metragem confere significados e chaves para perceber o local da intervenção artística na paisagem. Um filme de Bill Brown e Sabine Gruffat (EUA).

 

Catawba (Rob Carter, Estados Unidos, 2014, 5min)

Em homenagem aos Kawahcatawbas – o povo do rio – o Rio de Catawba é uma fonte fundamental das Carolinas (do Norte e do Sul dos Estados Unidos), principalmente devido ao rápido desenvolvimento do subúrbio de Charlotte. O rio, que possui muitas barragens, é uma importante fonte de hidroeletricidade e fornece água tanto para força nuclear quanto para usina de carvão. O vídeo é um pequeno retrato do rio e de sua reforma completa no último século.

 

Silent Spring (Isabelle Hayeur, Canadá, 2015, 18min)

Inspirado pelo livro de mesmo nome escrito pela bióloga americana Rachel Carson, que foi aclamado pela contribuição do banimento do pesticida DDT, como também pelo alarme causado ao movimento ambiental. Usando metáforas visuais, este trabalho alude aos problemas causados pela industrialização, através da evocação do impacto na saúde, nos ecossistemas e no clima.

 

DOVNQSNOAN (John Manceau, Suécia, 2015, 3min)

Um filme que mistura a voz baixa do poeta sueco Jörge Lind, a música hipnótica do artista Lars Falk e um incrível material de arquivo. Uma rara alquimia que gera uma poderosa e efêmera transe que parece nos impulsionar ao coração da nossa origem misteriosa, no significado que serpenteia a nossa memória de ancestralidade comum.

 

El coral que trajimos de Brasil (Martin Serra, Argentina, 2017, 29min)

Depois de 45 anos, o pintor argentino Guillermo Roux e sua esposa Franca Beer assistem, pela primeira vez em um laptop, um filme mudo de 16mm esquecido em sua casa realizado pelo cineasta Simon Feldman no verão de 1968 ou de 1969. Suas emoções mudam a cada segundo. No filme, eles assistem a um jovem Guillermo trabalhando e pintando em uma piscina vazia e muitas pessoas em volta da mesma piscina, agora cheia, em uma tarde de verão. Esse é o ponto inicial do filme no qual eles irão refletir sobre a passagem de tempo, os anos felizes, a velhice e a história de 50 anos atrás na Argentina.

 

The Karamazoffs (A walk on the SoHo years) (Juan Gamero and Carmen Rodríguez, Espanha, 2016, 85min51)

Na década de 1960, fábricas abandonadas no bairro de SoHo em Nova York eram ocupadas por artistas de todo o mundo, transformando o bairro no coração da arte experimental, com o crescimento rápido de estúdios, arte conceitual, acontecimentos, performances e vídeoarte. Os Karamazoffs é um grupo de artistas renomados de Barcelona (Muntadas, Miralda, Zush e Rober Llimós, entre outros) que começaram suas carreiras em Nova York no começo dos anos 1970 e construíram uma amizade que existe até hoje. Juntos e com outros pioneiros daquela época como Jonas Mekas e Jaime Davidovich, eles relembram as origens e a ascensão e a queda de um dos períodos mais coloridos na arte contemporânea. Com a ajuda de cenas excepcionais vintages contando com Charlotte Moorman, Yoko Ono, Nam June Park, Fluxus, Lou Reed e Velvet Underground, Andy Warhol, Mekas, Davidovich, SoHo cable Tv, George Maciunas, Laurie Anderson e os Karamazoffs.

 

Along Chapel Road (André Schreuders, Holanda, 2016, 96min07)

Um cineasta que encontrou seu asilo em um romance, tenta mediante a esperança extrair desse mundo uma realidade. O resultado é um diálogo de imagens e palavras entre o escritor e o cineasta, sobre sonhar em vão e a urgência de persistir compulsivamente em criar arte para consolação e evocação. Sobre o pequeno precioso momento que muda nossa perspectiva. E, desta forma, é tudo que é. Com excertos da famosa novela Chapel Road do Louis Paul Boon.

 

Sobre o Move Cine Arte

A primeira edição do festival Move Cine Arte aconteceu Monte Verde, Minas Gerais, com sessões itinerantes em São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro ao longo dos anos 2012 e 2013.  Cerca de 20 filmes brasileiros e internacionais foram exibidos na mostra competitiva gratuitamente, prestigiando produções de países como a Dinamarca, Espanha, Itália, França, Inglaterra, contando com a presença de diretores brasileiros, teóricos e especialistas que intermediaram discussões pertinentes a cada filme, criando uma reflexão sobre a produção mundial de filmes sobre arte. A segunda edição do festival acontece em Veneza, no mês de junho, em São Paulo, no mês de setembro e em Paris, em novembro.

 

 

Sobre os curadores e debatedores

Andre Fratti Costa é cineasta, escritor e professor universitário de Cinema e Artes Visuais e de pós-graduação em Documentário na FAAP-SP. Dirigiu diversos filmes documentais premiados sobre artes visuais e arquitetura. É idealizador, curador e diretor artístico do Move Cine Arte e especialista em avaliação de projetos cinematográficos, tendo atuado em editais do MinC e da Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo.

 

Steve Bisson é italiano, vive em Asolo, região do Veneto na Itália. Curador, professor de fotografia formado em urbanismo, Steve é coordenador do portal internacional de fotografia Urbanautica e diretor do portal FilmeEsssay de filmes de arte. É curador e diretor artístico do Move Cine Arte 2017 e trabalha com diversos projetos de curadoria na Itália, França, Grécia e Hong Kong.

 

Reinaldo Cardenuto é formado em Jornalismo pela PUC e Ciências Sociais pela USP, mestre em Ciências da Comunicação (ECA) e Doutor em Meios e Processos Audiovisuais (ECA). Professor de História do Cinema Mundial e História do Cinema Brasileiro no curso de graduação em Cinema, também coordena o curso de pós-graduação em Argumento e roteiro para cinema e televisão, da FAAP, ministrando as aulas de Estética do Audiovisual e de Adaptação de literatura para cinema e televisão. Também foi Júri do edital público da Prefeitura de São Paulo para seleção de projetos cinematográficos de curta e média duração: editais de curta-metragem, Doc. Bairro e Crônicas da Cidade de São Paulo (2012), da primeira edição do Move Cine Arte (2012) e de pré-seleção do primeiro e do segundo Concurso NetLAbTv (2013 e 2014).

 

Martin Serra é diretor de cinema argentino, é autor do filme El coral que trajimos de Brasilobra vencedora do principal prêmio (Melhor Filme) do Move Cine Arte 2017. Dirigiu também o documentário longa-metragem Maradona, Médico da Selva, em 2012.

Master and Tatyana_frame3 Divulgação

Master and Tatyana

 

Move Cine Arte – 2ª edição
De 21 a 24 de setembro (quinta-feira a domingo)
Classificação indicativa: 14 anos

21 de setembro, quinta-feira, às 20h
Master and Tatyana (duração: 82 min)
22 de setembro, sexta-feira, a partir das 20h
A Deusa Branca (duração: 30 min)
Monument (duração: 50 min) – sessão seguida de debate
23 de setembro, sábado
Às 17h
15 Attemps (duração: 50 min)
Amarillo Ramp (duração: 24 min)
Às 19h
Catawba (duração: 5 min)
Silent Spring (duração: 18 min)
DOVNQSNOAN (duração: 3 min)
El coral que trajimos de Brasil (duração: 29 min) – sessão seguida de debate
24 de setembro, domingo
Às 16h
The Karamazoffs (duração: 85 min)
Às 18h
Along Chapel Road (duração: 96 min) – sessão seguida de debate

Sala Itaú Cultural (224 lugares)
Distribuição de ingressos:
Público preferencial: 2 horas antes do espetáculo (com direito a um acompanhante)
Público não preferencial: 1 hora antes do espetáculo (um ingresso por pessoa)
Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108
Com carimbo no tíquete na recepção do instituo: 3 hs, R$ 7; 4 hs, R$ 9; 5 a 12 hs, R$ 10.
Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.
Itaú Cultural
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