Débora Gil Pantaleão: sempre escreverei cartas suicidas

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Arte de Sonia Alins

 

sempre escreverei cartas suicidas

 

queria viver d’esperanças
como álvaro e tantos outros
ainda não decorei
todas as escolas literárias
muito menos sei para que servem
sei apenas que viver tem gosto
de aparelho móvel
que não se pode confiar
nem nas pessoas
nem nos finais das peças
trágicas de shakespeare
tampouco nas piadas
dos poetas contemporâneos
em seus facebooks
não sei se deveria
ser grata
já vivenciei
alegrias genuínas
que despencaram
em tristezas profundas
dentro de mim
há um embate
entre pulsões de vida
e pulsões de morte
meus amigos fazem
orações para que
a vontade sempre exista
mas que eu nunca faça
é então que vejo o comum
na singularidade de nossas preces

 

debora-gil-pantaleao

Leia os poemas da Débora, clique aqui

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