Mekukradjá – Círculo de Saberes, do Itaú Cultural, debate a língua, a terra e os território indígenas

Com curadoria da antropóloga e cineasta Junia Torres e do escritor Daniel Munduruku, o evento leva ao público debates, oficinas e mostra de filmes, reunindo artistas, lideranças indígenas e pesquisadores, como o cineasta Alberto Alvares Guarani, o líder indígena Davi Guarani,  o coordenador da Rádio Yandê, Anápuáka Muniz Tupinambá, o militante indígena  Edson Kayapó e a advogada Fernanda Kaingáng

                                                       

Conversas no Maranhão_Divulgação

Conversas no Maranhão

                                                          

 

Mekukradjá – palavra de origem caiapó, etnia do Mato Grosso e Pará – significa sabedoria e transmissão de conhecimento. Ela dá nome, pela segunda vez, ao Círculo de Saberes do Itaú Cultural, que, nesta edição, reúne em sua programação artistas, lideranças indígenas e pesquisadores ao redor do tema Língua, Terra e Território, com debates, exibição de filmes e oficinas, nos dias 5 e 6 de outubro (quinta-feira e sexta-feira). A curadoria é do premiado escritor indígena Daniel Munduruku e da antropóloga e documentarista Junia Torres, coordenadora e também curadora do forumdoc.bh – Festival do Filme Documentário e Etnográfico de Belo Horizonte.

Entre os participantes das mesas de debates estão Lúcia Fernanda Kaingáng, advogada e militante do movimento indígena; Taquari Pataxó, pesquisador atuante no Projeto Questões Étnicas e Raciais no Ensino Médio no Brasil; Edson Kayapó, coordenador da Licenciatura Intercultural Indígena do Instituto Federal da Bahia (IFBA) e militante indígena; Davi Guarani, líder indígena da aldeia Tekoa Pyau da Terra Indígena Jaraguá, zona norte de São Paulo; Graça Graúna, indígena potiguara, escritora, poeta e crítica literária; Anapuáka Tupinambá Hã hã hãe, idealizador e coordenador da Rádio Yandê, a principal rádio indígena do Brasil, que tem como objetivo a difusão da cultura indígena e o cineasta indígena da etnia Guarani Nhandewa Alberto Alvares Guarani.

Oficinas

Foto e Vídeo Etnográfico é a primeira oficina, a ser realizada no dia 5 de outubro, das 9h30 às 12h30, com Alberto Alvares Guarani, que também participa de uma das rodas de conversa e tem dois de seus filmes exibidos. O cineasta ministra exercícios de vídeo, que demonstram aspectos relevantes de sua perspectiva fílmica, levando os participantes a um local nas proximidades do Itaú Cultural para praticar em conjunto.

Daniel Munduruku e a professora e escritora Alcione Pauli ministram a segunda oficina, Literatura Indígena, no dia 6 de outubro (sexta-feira), no mesmo horário. Eles tratam do modo indígena de fazer literatura, por meio de um bate papo interativo, leitura de textos de autoria indígena e sugestões de trabalhos em sala de aula. A escrita de autoria indígena ganhou espaço, prêmios, reuniu autores de diferentes regiões e povos e apresentou à sociedade brasileira uma nova forma de resistência e atualização da cultura dos povos originários.

Ambas as atividades têm interpretação em Libras. São 30 vagas disponíveis por oficina e as inscrições vão até o dia 28 de setembro (quinta-feira), pelo site do instituto (http://www.itaucultural.org.br/).

Conversas no Maranhão_Divulgação_

Conversas no Maranhão

Cinema indígena

A mostra de filmes conta com seis exibições na sede do Itaú Cultural e três filmes disponíveis online no canal do instituto – são eles Patxohã, Língua de Guerreiros, uma produção do Itaú Cultural em exibição de 2 a 8 de outubro (segunda-feira a domingo), Conversas no Maranhão (1983), de Andrea Tonacci, de 3 a 8 de outubro (terça-feira a domingo) e Martírio (2015), de Vincent Carelli de 4 a 8 de outubro (quarta-feira a domingo).

Na Sala Itaú Cultural, os realizadores indígenas Genito Gomes e John Nara Gomes apresentam a série de filmes a serem exibidos no dia 5 de outubro, a partir das 19h30. A primeira produção é A Todo Povo de Luta – Rap Guarani Mbya (2015), curta-metragem do Coletivo de Vídeo Tenonde Porã e da Comissão Guarani Yvyrupa, que apresenta o rap feito por jovens da Terra Indígena Tenondé Porã, em Parelheiros, extremo sul de São Paulo. Na sequência, é a vez de A Última Volta do Xingu (2015), de Kamikia Kisedjê e Wallace Nogueira, no qual os índios Juruna e Arara expõem os impactos da construção da hidrelétrica de Belo Monte sobre os povos da Volta Grande do rio Xingu.

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Ava YvY Vera – A Terra do Povo do Raio (2016), encerra as exibições neste dia. Entre rituais e depoimentos dos anciões, o documentário retrata o cotidiano de uma aldeia que foi retomada, porém está rodeada por um latifúndio de soja e ameaçada pelo agronegócio.  O filme, vencedor da mostra CineKurumim 2017, é dirigido pelo coletivo formado por Genito Gomes, Valmir Gonçalves Cabreira, John Nara Gomes, Jhonatan Gomes, Edina Ximenez, Dulcídio Gomes, Sarah Brites e Joilson Brites.

A apresentação das produções exibidas na sexta-feira, também a partir das 19h30, é de Larissa Ye’padiho e Alberto Alvares Guarani. A primeira é Wehsé Darasé – Trabalho da Roça (2016). Dirigida por Larissa, do grupo indígena Tukano, mostra o universo do sistema agrícola tradicional no Rio Negro, hoje patrimônio imaterial brasileiro. A diretora constrói as suas reflexões a partir da relação com os seus antepassados, como sua a tia-avó.

Na sequência há dois filmes de Alberto Alvares Guarani. Nhema’en Tenondere – Além do Olhar (2016), um curta-metragem experimental, apresenta o olhar ancestral sobre o universo Guarani e as dimensões do tempo. Caminhos do Tempo (2017) narra a caminhada de um sábio Guarani transmitindo conhecimentos sobre o tempo e a relação com o modo de ser Guarani na busca

Mesas de debate

Nos seis debates, artistas, lideranças indígenas e pesquisadores conversam sobre as tensões cruciais no presente dos povos originários: a preservação da tradição, a demanda por políticas públicas e a construção de meios para expressar sua cultura. Todas as rodas de discussão têm interpretação em Libras. Há, ainda, no foyer da Sala Vermelha, uma feira de livros e artesanatos feitos pelos indígenas, como cestos, colares e pulseiras.

 

Patxohã_Divulgação

Patxohã

Na quinta-feira, às 14h, a primeira mesa de debate traz o tema Terra, território e fronteiras: para onde caminha nossa ancestralidade?, e reúne militantes para refletir sobre o estado atual das políticas públicas para os indígenas e as formas de resistência que estes povos têm construído na defesa dos seus direitos históricos. Com mediação de Daniel Mundukuru, que também é diretor presidente do Instituto UKA – Casa dos Saberes Ancestrais e membro fundador da Academia de Letras de Lorena, participam do debate Lúcia Fernanda Kaingáng, Taquari Pataxó e o antropólogo Tonico Benites.

Às 16h, Palavras, Canetas e Imagens: A escola da vida e a vida na escola debate os significados da educação indígena em seu contexto tradicional, a introdução da educação escolar nas comunidades e os múltiplos usos que os indígenas estão dando a estes aprendizados. Participam da conversa o pesquisador e liderança indígena Edson Kayapó, a pesquisadora Célia Xakriabá e a educadora e pesquisadora Sandra Benites, com mediação do educador indígena Ely Macuxi.

Finalizando os debates do primeiro dia, às 17h45, Davi Guarani, da Aldeia do Jaraguá, Genito Gomes e Graça Graúna, com mediação de Ana Carvalho, pesquisadora e produtora de cinema, literatura e artes visuais junto a comunidades tradicionais indígenas brasileiras, participam da conversa Fazendo arte: O papel das novas tecnologias na atualização da memória ancestral. O tema gira em torno do conceito dinâmico de cultura e memória, e a utilização das novas tecnologias para a atualização dos saberes ancestrais na construção da resistência indígena. 

 

Martírio_Divulgação_

Martírio

Na sexta-feira, 6, o ciclo de debates continua a partir das 14h com a mesa O Território Virtual ou o estranho caso da cobra que foi pega pelos pés, sobre como os indígenas ocupam os territórios da tecnologia. O espaço virtual é o mundo novo que se descortina diante dos povos originários. O domínio dessa linguagem pode ser fundamental para construir uma relação mais clara e cidadã com a sociedade brasileira, e a discussão dessa mesa apresenta iniciativas que comprovem esta premissa. Com mediação do pesquisador de ciências de dados, redes sociais e Comunicação Política, Fábio Malini, participam Anápuáka Muniz Tupinambá, Alberto Alvares Guarani e a professora de Comunicação Social e Educação indígena Naine Terena de Jesus.

Mais tarde, às 16h, a resistência das populações indígenas ao longo dos séculos é o tema da discussão da mesa Para além da língua única: Descolonização e Retomada das Línguas e Territórios Indígenas, com a presença da pesquisadora Anari Braz Bomfim Pataxó, dos cineastas Carlos Papá e John Nara Guarani Kaiowá, e mediação de João Paulo Barreto Tukano, idealizador e coordenador do Centro de Medicina Indígena. Por fim, às 17h45, o debate gira em torno do tema Territórios de Expressão para além da repressão, que apresenta o corpo indígena como expressão da sua leitura do mundo. Alimentado pelos desafios do presente, os indígenas dominam novas linguagens para fazer brotar seu grito de liberdade, expressando sua arte, escrita e imagens. Participam dessa roda de conversa a militante indígena Daiara Tukano, o pesquisador, escritor e líder indígena Yaguarê Yamã e a cineasta Larissa Yepadiho Duarte, com mediação de Betty Mindlin, antropóloga, pesquisadora e escritora.

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II Mekukradjá – Círculo de Saberes: Língua, Terra e Território
Encontro com mesas de debates, oficinas e exibição de filmes
Dias 5 e 6 de outubro (quinta-feira e sexta-feira)
Debates a partir das 14h
Sala Multiuso (90 lugares)
Distribuição de ingressos:
Público preferencial: 2 horas antes do espetáculo (com direito a um acompanhante)
Público não preferencial: 1 hora antes do espetáculo (um ingresso por pessoa)
Interpretação em Libras

Às 16h

Oficinas, das 9h30 às 12h30
Sala Vermelha (30 vagas)
Inscrições pelo site do Itaú Cultural até o dia 28 de setembro (quinta-feira)
Mostra de filmes, a partir das 19h30
Sala Itaú Cultural (224 lugares)
Distribuição de ingressos:
Público preferencial: 2 horas antes do espetáculo (com direito a um acompanhante)
Público não preferencial: 1 hora antes do espetáculo (um ingresso por pessoa)
Mostra de filmes no canal do Itaú Cultural
De 2 a 8 de outubro (segunda-feira a domingo): Patxohã, Língua de Guerreiros, produzido pelo instituto
De 3 a 8 de outubro (terça-feira a domingo): Conversas no Maranhão, de Andrea Tonacci
De 4 a 8 de outubro (quarta-feira a domingo): Martírio, de Vincent Carelli

Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô
Fones: 11. 2168-1776/1777
Acesso para pessoas com deficiência / Ar condicionado
Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108
Com carimbo no tíquete na recepção do instituo: 3 hs, R$ 7; 4 hs, R$ 9; 5 a 12 hs, R$ 10.
Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.
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