Atividade é gratuita e terá a participação de Roniwalter Jatobá, Luiz Ruffato e Júlio Mendonça
O ano de 1975 foi marcado pela ditadura e repressão que resultou na morte do jornalista Vladimir Herzog. Enquanto o governo do general Geisel reprimia os anseios de retorno à democracia, surgia um dos mais importantes veículos literários do país. A Revista Escrita alcançou sucesso imediato na promoção de concursos no campo da literatura, colaborando para a revelação de talentos e a formação de novos escritores por todo o país.
Para falar sobre a importância desta publicação e os aspectos que a tornaram única, no dia 28/10 às 19h00, a Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos, integrante da Rede de Museus-Casa Literários da Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo gerenciada pela Poiesis, promove um encontro com os escritores Roniwalter Jatobá, Luiz Ruffato e Júlio Mendonça.
“Lançamos a revista em um boteco atrás da PUC (Pontifícia Universidade Católica) e alguns jornais foram lá cobrir. Uma revista de literatura era novidade na época, então chamou atenção. Nós nunca estouramos, mas divulgamos muitos autores”, conta o idealizador e editor da Escrita, Wladyr Nader.
O veículo literário teve cerca de 1500 assinantes e uma tiragem de sete a nove mil exemplares por edição. A editora Abril distribuiu nacionalmente a revista até 1982 e a partir desta data a Vertente Editora (atual Arte Escrita) passou a ser responsável pela função, o que ocasionou a queda nas vendas. As revistas Escrita Ensaio e a Escrita Livro também foram lançadas, mas duraram só algumas edições. A primeira tratava de política e a segunda divulgava livros brasileiros clássicos.
Em 1988 a Escrita parou de ser publicada devido à situação financeira da Vertente Editora. Entretanto, 29 anos após a edição de número 38, que encerrou as vendas, a revista ainda é lembrada e carrega um grande significado histórico.
Para Nader, a Escrita teve um papel fundamental na trajetória literária do Brasil: “O grande legado da revista foi despertar o interesse dos leitores para a possibilidade de viver de literatura, mesmo que fosse difícil – e ainda é. Na época, o Rio de Janeiro tinha paixão pelos escritores, mas em São Paulo a realidade era diferente, os autores não tinham tanto destaque. E a Escrita veio tentar mudar isso”.
CASA DAS ROSAS
A Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos é um museu dedicado à poesia, à literatura, à cultura e à preservação do acervo bibliográfico do poeta paulistano Haroldo de Campos, um dos criadores do movimento da poesia concreta, na década de 1950. Localizada em uma das avenidas mais importantes da cidade de São Paulo – Avenida Paulista – o espaço realiza intensa programação de atividades gratuitas, como oficinas de criação e crítica literárias, palestras, ciclos de debates, exposições, apresentações literárias e musicais, saraus, lançamentos de livros, performances e apresentações teatrais, entre outros. O museu está instalado em um imponente casarão, construído em 1935 pelo escritório Ramos de Azevedo, que na época já tinha projetado e executado importantes edifícios na cidade tais como a Pinacoteca do Estado, o Teatro Municipal e o Mercado Público de São Paulo.
POIESIS
A Poiesis – Organização Social de Cultura é uma organização social que desenvolve e gere programas e projetos, pesquisas e espaços culturais, museológicos e educacionais voltados para a formação complementar de estudantes e do público em geral. A instituição trabalha com o propósito de propiciar espaços de acesso democrático ao conhecimento, de estímulo à criação artística e intelectual e de difusão da língua e da literatura.
Casa das Rosas – Espaço Haroldo de Campos de Poesia e Literatura
Avenida Paulista, 37 – próximo à estação Brigadeiro do metrô
Telefone: (11) 3285-6986 / (11) 3288-9447
Funcionamento: de terça a sábado, das 10h00 às 22h00. Domingos e feriados, das 10h00 às 18h00
Convênio com o estacionamento Parkimetro: Alameda Santos, 74 (exceto domingos e feriados)
http://www.casadasrosas.org.br