Violência de gênero é tema de espetáculo apresentado por Paula Cohen no Itaú Cultural

Carne de Mulher traz à tona o femincídio, em uma adaptação do texto Monólogo da Puta no Manicômio, dos italianos Dario Fo e Franca Rame

 

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Carne de Mulher (Foto de Lenise Pinheiro)

No dia 31 de outubro (terça-feira), às 20h, o Itaú Cultural é palco do espetáculo Carne de Mulher, com concepção e atuação de Paula Cohen e direção de Georgette Fadel. Com tom feminista, a peça apresenta uma mulher que está sendo interrogada por uma médica e sua equipe. A partir do seu depoimento, é mostrada a trajetória de alguém que foi alvo de uma sequência de violências de gênero ao longo da vida e que, de repente, decide colocar em prática, como com a força de um grito, o seu ato de libertação.

Na montagem, o público se depara com diversos papeis nos quais estão escritos nomes de mulheres vítimas de feminicídio ou que foram apagadas pela história de todas as épocas. Esses nomes vão parar na pele da atriz, na carne viva, para dar vida a história de todas elas, já que a memória não desaparece. Inspirada no texto Monólogo da Puta no Manicômio, escrito em 1977 pelos italianos Franca Rame e Dario Fo, a peça conta a narrativa de uma prostituta que está presa no manicômio judiciário por ter ateado fogo no escritório de um industrial. A personagem fala sobre sua vida, revelando uma sequência de abusos, que a faz encontrar forças para reagir diante de seus opressores.

Paula Cohen conheceu o texto Monólogo da Puta no Manicômio há 20 anos, quando saiu da Escola de Artes Dramáticas da Universidade de São Paulo (EAD-USP). Ao perceber a atualidade e a urgência da temática da obra, decidiu montar o espetáculo Carne de Mulher neste momento. Segundo a atriz, é preciso caminhar para um despertar de uma consciência cada vez maior por meio de campanhas, políticas públicas, debates sobre gênero nas escolas, abrindo o diálogo e promovendo discussões sobre o assunto. Paula destaca que muitos dos crimes cometidos contra mulheres são tidos como passionais, mas deveriam ser qualificados como feminicídio, violência de gênero, para que atos como estes não sejam romantizados.

 

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Carne de Mulher (Foto de Lenise Pinheiro)

Paula Cohen é formada pela Escola de Arte Dramática (EAD/USP), atuou nos espetáculos Navalha na Carne,  de Plínio Marcos e direção de Pedro Granato, As Lágrimas Quentes que Só Meu Secador Sabe Enxugar, com o mesmo diretor, Invasores, com direção de Roberto Alvim, Arena Conta Danton, dirigido por Cibele Forjaz, De Quatro, com texto e direção de Gustavo Machado, Entreatos, com direção de Gero Camilo e Ivan Andrade; Divinas, sob a direção de Camilla Amado, Suburbia, de Francisco Medeiros, Antes do Café, dirigido por Celso Frateschi e Tartufo, de José Rubens Siqueira. Assina a direção de Cada dois com seus Pobrema, de Marcelo Médici. Na televisão, participou dos humorísticos Sob Nova Direção (2004), Retrato Falado (2004), Dias de Glória (2002), e da minissérie Liberdade, Liberdade (2016), além da novela I Love Paraisópolis (2015), todos na Rede Globo. No cinema, atuou nos curtas Parabéns (2005), Ímpares (2003) e Let’s Try to Forget (2000). Atua, ainda, nos longas-metragens mais recentes Uma espécie de família, O silêncio do céu e E aí, comeu?. Publicou seu primeiro livro em 2017, Vou comer brilhantes para ver se quebro um dente.

 

Franca Rame nasceu em Parabiago, Itália, em 1929, vinda de uma tradicional linhagem de Comedia dell Arte. Tornou se uma das melhores atrizes italianas, dramaturga, ativista política e feminista. Em 1973, foi vítima de um brutal estupro coletivo, atribuído a militantes fascistas, feminicídio com pano de fundo político, por conta de seu ativismo ao lado do marido, Dario Fo. Após dois anos em choque, sem conseguir falar no assunto, expôs sua dor nos palcos por meio do teatro. Estreou o monólogo O Estupro, que faz parte do livro Oito monólogos, no qual narra passo a passo a agressão vivida. Franca Rame fez da sua arte, ao lado de seu marido, o seu maior gesto político.

Dario Fo nasceu em San Giano, Itália, 1926, em uma família socialista, membros ativos da resistência. Em 1997 foi ganhador do Prêmio Nobel de Literatura, com o livro Manual Mínimo do Ator. Dramaturgo, ator, pintor, ilustrador e ativista político, escreveu em torno de 100 peças de teatro, incluindo muitas sátiras ao poder. É um dos grandes protagonistas do teatro, da cultura e da resistência política Italiana.

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Carne de Mulher (Foto de Lenise Pinheiro)

FICHA TÉCNICA
Concepção: Paula Cohen
Direção: Georgette Fadel
Iluminação: Marisa Bentivegna
Trilha: Claudia Assef
Produção: Contorno Produções
Direção de Produção: Victoria Martinez e Jessica Rodrigues
Fotos: Lenise Pinheiro
Design gráfico: Patricia Cividanes
Operação: Manuela Cruz
Carne de Mulher
Elenco: Paula Cohen. Direção: Georgette Fadel
Dia 31 de outubro (terça-feira), às 20h
Duração: 50 minutos
Classificação indicativa: 14 anos
Interpretação em Libras

Sala Itaú Cultural (224 lugares)
Distribuição de ingressos:
Público preferencial: 2 horas antes do espetáculo (com direito a um acompanhante)
Público não preferencial: 1 hora antes do espetáculo (um ingresso por pessoa)
Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108
Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural:
3 horas: R$ 7; 4 horas: R$ 9; 5 a 12 horas: R$ 10.
Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.
Itaú Cultural
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