O cantor e compositor Edvaldo Santana, juntamente com sua banda, lança um novo álbum com apenas distribuição digital. Gravado ao vivo no teatro do Sesc Pompéia, no repertório traz cancões do mais recente CD Só vou chegar mais tarde e também músicas representativas na carreira do artista.
Com o auxilio luxuoso de uma big band, os diversos ritmos e peculiaridades da obra são potencializados e realçados através de acentuadas fusões sonoras infiltradas pelo samba, repente, salsa, xote , jazz, country, dixieland, blues, reggae, sintonizados pela poesia urbana concreta da periferia, refletindo os conflitos sociais os sentimentos de dores e alegrias, que esteticamente se transformam em formas distintas de criatividade artística do bardo paulistano.
Utilizando uma formação pela primeira vez, com o uso do naipe de metais, uma nova perspectiva sonora se apresenta no trabalho, é possivel sentir a importância dos metais nos arranjos de, “Gelo no Joelho”, “Só vou chegar mais tarde”, “40”, “Cabral Gagarin” e “Bill Gates”, assim como a importância da cozinha rítmica em, “Quem é que não quer ser feliz”, “Samba de Trem” e “Samba do Japa”, canções que ganharam releituras consistentes.
As incursões da gaita encontra as congas em, “Arte Depura”, onde “Light My Fire” e “Herman Hesse”, gingam com latinidade, mas também vira canção, em “Sou da Quebrada” onde o xote e o reggae, assumem um namoro antigo, em “Ruas de São Miguel”, sola e se incorpora aos slides da guitarra. A base formada por bateria, baixo, teclado, guitarra, violão e percussão, movimentam a dinâmica de todo álbum, conduzindo com precisão e desenvoltura as diferentes células rítmicas, harmônicas e melódicas, nas músicas, “Predicado e Dom”, os músicos ficam com mais liberdade de execução e o resultado soa bem. É possível notar na massa sonora a inclusão dos graves, na soma de timbres entre a tuba e o baixo, em, “O Retorno do Cangaço”, fica mais evidente.
A energia de uma gravação ao vivo está muito ligada ao astral da obra e do público, os sentimentos se afloram e quando encontram ressonância, cria um ambiente lúdico e solidário. Dá pra sentir a liberdade com que os músicos, juntamente com Edvaldo Santana, conduzem as performances, isso traz uma informalidade para a execução e como consequência um álbum bem interessante para ouvir, refletir e dançar.
Faixas
01 – So vou chegar mais tarde – Edvaldo Santana
02 – 40- Edvaldo Santana
03 – Arte Depura – Edvaldo Santana
04 – Ruas de São Miguel – Edvaldo Santana e Roberto Claudino
05 – Predicado – Edvaldo Santana
06 – Cabral, Gagarain e Bill Gates – Edvaldo Santana e Ademir Assunção
07 – O Retorno do Cangaço – Edvaldo Santana
08 – Sou da Quebrada – Edvaldo Santana
09 – Dom – Edvaldo Santana
10 – Gelo no Joelho – Edvaldo Santana e Luiz Waack
11 – Samba de Trem – Edvaldo Santana, Artenio Fonseca e Mauro Paes
12 – Samba do Japa – Edvaldo Santana e Ademir Assunção
13 – Quem é que não quer ser feliz – Edvaldo Santana
Ficha técnica
Direção musical e produção Edvaldo Santana e Luiz Waack
Arranjos de base coletivo
Arranjos de metais:
Edvaldo Santana e Luiz Waack-(só vou chegar mais tarde, Gelo no Joelho, Predicado e 40)
Reinaldo Chulapa-(samba de trem, samba do japa)
Bocato-(Cabral, Gagarin e Bill Gates e Quem é que não quer ser feliz)
Músicos
Ubaldo Versolato-clarinete e sax tenor
Eliezer Trsitão-tuba e trombone
Claudio Faria-trompete
Gó-trombone
Bene Chiréia-gaita
Reinaldo chulapa –baixo
Daniel Szafran-teclado
Leandro Paccagnella-bateria
Ricardo Garcia-percussão
Luiz Waack-banjo e guitarra
Edvaldo Santana-voz e violão
Participação- Alzira E
Gravado e mixado por Colmeia no Carvalho
Som de PA Renato Coppoli
Foto da capa – Milton Michida
Apoio de produção Sesc Pompéia
Edvaldo Santana – Edvaldo e Banda ao Vivo 2