Felipe Ribeiro: Não rima no poema que ele goza

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Enrijece teus dedos de pontas amarelas e enrugadas mais uma vez sobre a máquina.

Trac, trac, trac!! Detilha sua alma nos pontos cardeais de suas feridas e infermidades,
Extermínio em massa escorrendo pela perna,
Pele crua e molhada, quente, de arrependimentos nas lembranças sexuais com a garota que vive na mente, mentira.

Escreve um palavrão na beirada dos vasos de posto e enche meu fígado com o combustível
Do que com seu álcool mal destilado.

Enfia nas beiradas das portas que não tenho chave,
Cantarolando assim músicas com vozes de crianças mortas por culpa do cigarro tragado na adolescência e livros empoeirados nas estantes das suas costelas.

Leia os olhos de um cego e determina meus espaços com seus impulsos nucleares de como sentir medo dentro de uma rua sem prédios, paredes, e carros.

Gospindo areia das caminhadas de desertos
E enxugando as mãos nas paredes com infiltrações,
Fomos os primeiros a descobrir que se tem azul no Sol e luz nos espaços em branco entre estrelas e constelações.

Agora gira a garrafa e tentamos a sorte,
E o cheiro de pernas suadas e seios a mostra pelos corredores já mostram todas as almas mortas que coloquei pra dentro,
NA ESPERANÇA DE NAUFRAGAR AMORES QUE ANCOREI NO PEITO*

Derrete os pés dentro dos meus ouvidos pra caminhar nas vozes que nunca sabiam meu nome mas mesmo assim, tinha seu tom de batom.
A mesma blusa suja, o mesmo dinheiro rasgado e as moedas do ônibus indo pra mesa do bar.

Hoje é um novo dia, reinventar a sua própria hora.
Grita pro mundo que é Deus pedindo esmola,
Chega logo.
Hoje cresci de um tanto que as paredes demoram, e meu encontro com o absurdo é mais válido que os lábios longe dos meus, palavras sem acento que espera na porta.
Chega logo,
Pede socorro e envia pela correio,
Eu tô indo embora.

Escuta que o poema mais bonito persegue meus melhores medos, demônios, gavetas cheio de brinquedos nunca comprados pela falta de família ou um pai, apeteço.

Convide a todos para a festa,
Cancela o ônibus na portaria
E vamos rodar a cidade com isqueiros sem gás.

Agora, fala com o dono do bar do Jorge
Me traz a conta pra pagar esse poema!
A vista, você lê!

 

FELIPE RIBEIRO

 

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