Me tirava a roupa uma semana atrás
enrolava a blusa em torno do meu pescoço
e puxava-me,
colocando meu rosto entre teu seios
Pedia para lamber a beirada do seu mamilo
Doce, macio como uma nuvem rosada, imobilizado
cheio de pontos cardeais pendurados numa alma sensível
puxava-me pelos cabelos devagar
e sentia o cheiro leve do meu lábio superior
logo após beijos que engoliam como,
planetas desaparecendo
nos buracos negros do teu olhar
Subia em cima do meu colo
dançando e cantarolando Sinatra
mastigando um chiclete, bala
dançando com a língua em francês
Soterrando meu coração com beijos na nuca
e segredos cochichados no meu ouvido
Ela acendia meus olhos como um fósforo
E eu permitia que queimássemos
as horas até nos aceitamos
sendo apenas cinzas amanhã
Nus na cama, sem vergonha
dos machucados na adolescência
e as feridas na memoria
Transaríamos para sentir protegidos,
seguros e libertos
prontos para ver os fogos de artifícios
sem receios dos estouros internos
vencendo nossos confrontos diários
Lembrando todos os dias que somos
humanos, errados e apaixonados á
nossa existência juntos e sem cartazes
ou máscaras impostas como a de todos
os outros em telas de celulares
Pois não somos filhos da cegueira,
não somos cria das redes sociais.
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