Passadas cinco décadas de um dos anos mais revolucionários e conturbados do século XX, marcado por transformações culturais e sociais, o Núcleo de Audiovisual e Literatura do instituto selecionou algumas produções brasileiras vistas pelos espectadores nos cinemas do país naquele momento. O ciclo Nas Telas de 1968 traça uma pequena panorâmica com filmes populares e de produção marginal, que vão de Andrea Tonacci e Rogério Sganzerla a José Mojica Marins, Ozualdo Candeias, Luís Sérgio Person e, ainda, Roberto Carlos pela câmera de Roberto Farias
Nos dias 1, 8 e 22 de maio (sempre terças-feiras, a partir das 19h), a programação de cinema do Itaú Cultural exibe uma seleção de filmes que marcaram a geração de 1968, seja por seu contexto histórico e político, seja por sua relevância no mercado cinematográfico brasileiro. O recorte curatorial procura traçar uma panorâmica não exaustiva entre filmes representativos vistos pelos brasileiros naquele período. Após 50 anos de sua estreia, o ciclo Nas Telas de 1968 volta a apresentar ao público o curta-metragem de Andrea Tonacci Bla Bla Bla e os longas-metragens O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla, Trilogia do Terror, de José Mojica Marins, Ozualdo Candeias e Luís Sérgio Person), e Roberto Carlos em Ritmo de Aventura, de Roberto Farias.
Em diálogo com esta mostra audiovisual, de 2 a 4 de maio (quarta-feira a sexta-feira) é realizado o curso O Cinema brasileiro nos anos entre 1967-1974, com o filósofo e professor da história do cinema Mateus Araújo.
O ciclo
Há 50 anos, a chamada revolução de 68, em Paris, marcou a história do mundo em geral e do Brasil, em particular e refletiram em todas as áreas de expressão, incluindo o cinema. Foi um momento em que grandes filmes foram produzidos, marcando gerações, tanto do ponto de vista histórico quanto do estético e visual.
Neste maio de 2018, o clico de filmes Nas Telas de 1968 mostra um pouco das digitais deixadas nos filmes produzidos no Brasil naquele período e acompanhados pelos espectadores brasileiros. Na primeira terça-feira da programação, dia 1, o instituto exibe o curta-metragem Bla Bla Bla, de Andrea Tonacci, sobre o pronunciamento de um ditador em meio a uma crise institucional, que lhe escapa do controle. Na sequência, é projetado o longa-metragem O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla, livremente inspirado na história real do misterioso assaltante (Paulo Villaça) e suas técnicas extravagantes para roubar casas luxuosas de São Paulo.
Dia 8 de maio, terça-feira da semana seguinte, também a partir das 19h, a tela da sala Itaú Cultural é ocupada por A Trilogia do Terror, filme de terror composto de três segmentos, cada um dirigido por um cineasta. Nesta produção, Ozualdo Candeias assina O Acordo, em que uma mulher oferece uma donzela ao diabo em troca de desencalhar a filha solteira. Luís Sérgio Person dirigiu Procissão dos Mortos, sobre o único operário de uma cidade do interior com coragem para enfrentar guerrilheiros fantasmas. O terceiro é de José Mojica Marins, Pesadelo Macabro, no qual um rapaz é aterrorizado por pesadelos em que se vê enterrado vivo.
Encerrando a mostra, na terça-feira, 22, tem Roberto Carlos, nas paradas. Com 50 anos a menos e nos tempos da Jovem Guarda, ele protagoniza Roberto Carlos em Ritmo de Aventura. O filme de Roberto Farias, com Wanderleia, David Cardoso, Reginaldo Faria, José Legwoy, Rose Passini e Ana e Marisa Levy no elenco, gira em torno das peripécias do cantor para fugir da perseguição de bandidos furiosos.
O curso
Em paralelo ao ciclo, é realizado o curso O Cinema brasileiro nos anos entre 1967-1974, ministrado pelo filósofo e professor da história do cinema Mateus Araújo, de 2 a 4 (quarta-feira a sexta-feira), às 19h30. Em três encontros, ele exibe a analisa produções brasileiras que impactaram aquele período, com foco em suas respostas ao recrudescimento da ditadura militar no país. As inscrições para as 50 vagas foram encerradas em 25 de abril.
Doutor em filosofia pela Université de Paris I (Panthéon Sorbonne), e pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), professor de teoria e história do cinema na Escola de Comunicação e Artes (ECA-USP), ensaísta e tradutor. Organizou ou contribuiu para a organização dos volumes coletivos Glauber Rocha/Nelson Rodrigues (Magic Cinéma, 2005), Jean Rouch 2009: Retrospectivas e Colóquios no Brasil (Balafon, 2010), Straub-Huillet (CCBB, 2012), Charles Chaplin (Fundação Clóvis Salgado, 2012), Jacques Rivette – Já não somos inocentes (CCBB, 2013) e Godard inteiro ou o mundo em pedaços (CCBB / Heco Produções, 2015). Traduziu Glauber Rocha na França (Le Siècle du Cinéma, Ed. Yellow Now / Cosac Naify, 2006) e uma série de autores franceses no Brasil.
PROGRAMAÇÃO
1 de maio, terça-feira, a partir das 19h
Bla Bla Bla
De Andrea Tonacci
Classificação indicativa: 16 anos
Duração: 28mins
Sinopse: Um ditador num momento de uma grave crise nacional, institucional, confrontado na cidade e no campo por revoltas e guerrilha, na busca de uma paz ilusória, faz um longo pronunciamento pela televisão. Mas a realidade impõe-se à sua ficção e o controle da situação escapa-lhe das mãos. Sobra-lhe uma patética confissão antes de ser tirado do ar.
O Bandido da Luz Vermelha
De Rogério Sganzerla
Classificação indicativa: 16 anos
Duração: 90mins
Sinopse: Livremente inspirado em fatos reais. Um assaltante misterioso (Paulo Villaça) usa técnicas extravagantes para roubar casas luxuosas de São Paulo. Ele é apelidado pela imprensa de bandido da luz vermelha, já que traz sempre uma lanterna vermelha e conversa longamente com suas vítimas, e seus roubos e crimes chamam tanta atenção que um implacável policial começa a persegui-lo.
8 de maio, terça-feira, a partir das 19h
Trilogia do Terror
De José Mojica Marins, Ozualdo Candeias, Luís Sérgio Person (90mins)
Classificação indicativa: 18 anos
Duração: 90mins
Sinopse: Filme de terror composto de três segmentos, dirigidos por três cineastas. Em O Acordo, de Ozualdo Candeias, uma mulher oferece uma donzela ao diabo em troca de desencalhar a filha solteira. Em Procissão dos Mortos, de Luís Sérgio Person, um operário é o único numa cidade do interior com coragem para enfrentar guerrilheiros fantasmas que surgem de madrugada. E, em Pesadelo Macabro, de José Mojica Marins, um rapaz é aterrorizado por pesadelos nos quais é enterrado vivo.
22 de maio, terça-feira, a partir das 19h
Roberto Carlos em Ritmo de Aventura
De Roberto Farias
Classificação indicativa: livre
Duração: 90mins
Sinopse: Roberto Carlos faz um filme, quando se vê perseguido por bandidos internacionais que queriam levá-lo para os Estados Unidos. Os bandidos o seguem em loucas correrias pela cidade, na estrada do Corcovado, em situações de perigo.
Nas Telas de 1968
Dias 1, 8 e 22 de maio
Terças-feiras, a partir das 19h
Sala Itaú Cultural
224 lugares
Entrada gratuita
Distribuição de ingressos:
Público preferencial: duas horas antes do evento | com direito a um acompanhante
Público não preferencial: uma hora antes do evento | um ingresso por pessoa
Curso: O Cinema Brasileiro nos anos entre 1967-1974
Com Mateus Araújo
De 2 a 4 (quarta-feira a sexta-feira), às 19h30
Duração: 120 minutos
Local: Sala Vermelha
50 vagas
Inscrições pelo site até 25 de abril (quarta-feira):
https://itaucultural.formstack.com/forms/o_cinema_brasileiro_entre_1967_e_1974
Selecionados divulgados no dia 27 de abril (sexta-feira)
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô
Fones: 11. 2168-1776/1777
Acesso para pessoas com deficiência física
Ar condicionado
Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108.
Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural:
3 horas: R$ 7; 4 horas: R$ 9; 5 a 12 horas: R$ 12
Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.
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Conteúdo Comunicação
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