Colóquio Internacional Antonio Candido abre evento que homenageia o intelectual brasileiro

O crítico literário, sociólogo e professor Antonio Candido é o homenageado da 40ª edição do programa Ocupação Itaú Cultural, no ano em que completaria 100 anos. O evento, na sede do instituto, em São Paulo/SP, abre em 23 de maio, com o Colóquio Internacional Antonio Candido – com três dias de programação – e uma exposição (em cartaz até 12 de agosto de 2018), além dos lançamentos de uma publicação e de um hotsite.

Autor de livros como Formação da Literatura Brasileira e Os Parceiros do Rio Bonito, Candido é referência no estudo da literatura no Brasil e no mundo. A visão de dois brasilianistas sobre ele é tema do debate que reúne os professores Šárka Grauová (Universidade Carolina, de Praga, República Checa) e Pablo Rocca (Universidade da República, de Montevidéu, Uruguai).

Em sua fala, Šárka dará inicialmente um testemunho pessoal sobre como Antonio Candido influenciou a sua percepção sobre a Literatura Brasileira. Conta a professora ao blog Conexões Itaú Cultural: “Sou, basicamente, autodidata, formada nos anos 80 em um país ‘socialista’, influenciada por professores que aderiram ao estruturalismo checo e o socialismo reformista dos anos 60. Daí algumas convergências com o pensamento de Antonio Candido”. A professora checa comentará ainda o ensaio “O Direito à Literatura” depois de 30 anos, período que viu a queda do Muro de Berlim, a desconstrução do mundo bipolar e uma grande mudança na academia no sentido de normativização da produção dos professores: Qual é o valor que a beleza tem na sociedade de consumo? Em que sentido nestes tempos pós-utópicos Antonio Candido pode ser uma figura que continua a inspirar?

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Rocca entende que a obra do brasileiro é um espaço de permanente descoberta: “Lendo Candido, a gente se reafirma na ideia de que a leitura é, sempre, uma experiência de aprendizado contínuo e de prazer individual, ao mesmo tempo que, na produção de textos próprios, uma obrigação com os outros (estudantes, leitores potenciais), um profundo envolvimento social a partir do estético e humano”. O professor uruguaio procurará expor alguns problemas da crítica literária e cultural dos anos 1950 até os anos 1970, especialmente em relação à questão da história literária nacional e latino-americana e as relações entre texto e contexto. Vai tratar dos encontros e desencontros entre Brasil e Hispano-América: incomunicações e leituras demoradas, que só através de fontes metropolitanas, especialmente Sartre, permitiram ligar algumas possibilidades comuns. O centro da explanação será a obra do Antonio Candido em relação a certas proposições do argentino David Viñas na primeira edição do seu clásico Literatura argentina y realidad política (1964), os contatos entre este crítico e o uruguaio Ángel Rama  (o primeiro hispano-americano a ter um diálogo fluente com Candido) e o colombiano Rafael Gutiérrez Girardot, especialmente no seu precoce livro sobre Borges (1957).

Participam ainda dos três dias de colóquio os escritores Luiz Ruffato e Antonio Prata, os pesquisadores de literatura José Miguel WisnikMarisa Lajolo e Walnice Nogueira Galvão e o professor emérito da USP Celso Lafer.

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Antonio Candido (Foto de Guilherme Maranhão)

Ocupação Antonio Candido – Colóquio Internacional
quarta 23 de maio
às 19h
Sala Itaú Cultural (piso térreo) – 224 lugares
quinta 24 e sexta 25 de maio
às 18h e às 20h
Sala Multiúso (piso 2) – 80 lugares

Ocupação Antonio Candido – Exposição
quinta 23 de maio a domingo 12 de agosto de 2018
terça a sexta 9h às 20h [permanência até as 20h30]
sábado, domingo e feriado 11h às 20h
piso térreo

Ocupação Antonio Candido

 

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