Mostra nos três andares do espaço expositivo do Itaú Cultural revela por completo o designer Sergio Rodrigues

 Em sua mais completa tradução, ele era também arquiteto, empresário, cartunista, cronista  e restaurateur. Um dos principais responsáveis por colocar o design brasileiro no circuito internacional e uma referência mundial inquestionável, em mais de 60 anos de vida profissional ele criou 1,2 mil móveis, como a icônica poltrona Mole, de 1957, e o banco Mocho, de 1954.  A exposição Ser Estar – Sergio Rodrigues apresenta mais de 500 itens, entre mobiliário, documentos, fotos e outros que revelam a produção e trajetória desta personalidade singular desde a infância até a sua morte em 2014

03. Desenho Sergio Rodrigues na Mole_IC_Credito Acervo Instituto Sergio Rodrigues

Acervo Instituto Sergio Rodrigues

A partir de 9 de junho, o Itaú Cultural apresenta a produção e facetas da vida de Sergio Rodrigues (RJ, 1927-RJ, 2014) na mostra Ser Estar – Sergio Rodrigues. Considerada a mais abrangente sobre o artista, a exposição segue ordem cronológica, desde que ele começou a construir seus carrinhos e aviões de brinquedo na infância. Percorre suas principais produções na arquitetura, design, desenho e os móveis criados pelo designer – entre eles, o primeiro que produziu, o sofá Hauner, de 1954, a icônica poltrona Mole, de 1957, e sua última criação, a cadeira Benjamin, de 2014. A mostra fica em cartaz até 5 de agosto, com curadoria de Daniela Thomas, Mari Stockler, Felipe Tassara e Fernando Mendes. A organização é dos núcleos de Artes Visuais e da Enciclopédia do instituto.

Os curadores traçaram a linha curatorial de Ser Estar – Sergio Rodrigues de modo a revelar não somente a extensão de sua criação, como também refletir o seu desejo de desenhar lugares e móveis feitos para o prazer de viver, sempre movido por uma personalidade que transformou as suas inquietações em uma obra coerente e reveladora da cultura brasileira.

Contemporâneo de Joaquim Tenreiro (1906-1992) e Zanine Caldas (1919-2001), amigo de personalidades como Gregori Warchavchik (1896-1972), Lina Bo Bardi (1914-1992), Millôr Fernandes (1923-2012) ou Lúcio Costa (1902-1998), ele teve uma infância conturbada. Neto do jornalista Mário Rodrigues, criador do jornal A Crítica; sobrinho do dramaturgo Nelson Rodrigues e do jornalista Mario Filho e filho do artista visual e ilustrador Roberto Rodrigues, ainda pequeno teve o seu pai assassinado na redação fundada pelo velho patriarca por um tiro que, na verdade, era dirigido ao avô. Assim, com a mãe e seus irmãos foi viver no Castelinho do “tio James”, onde seu talento nato foi avivado, enquanto se distraia construindo os seus próprios aviões e carros de brinquedo na marcenaria no fundo da casa.

Peças, fotos dos álbuns de família, desenhos e vídeos ilustram esse período no começo da exposição a partir do Piso -2. Neste andar, o visitante acompanha a infância e juventude de Sergio Rodrigues, as quais formataram uma personalidade criativa, bem-humorada e generosa, e segue a sua trajetória até quando ele se tornou arquiteto. Há, também, uma ambientação da OCA, com móveis cedidos pela Passado Composto Século XX e outros colecionadores. Este era um espaço de produção e comercialização do design brasileiro, aberto por ele no Rio de Janeiro em 1955. O lugar se tornou um ponto de encontro de artistas, arquitetos, designers de todo o Brasil e de seus pares estrangeiros. Para o arquiteto Lúcio Costa, ao criar a OCA, Rodrigues integrou a ambientação de interiores no movimento de renovação da arquitetura brasileira.

A entrada do Piso -1, subindo as escadas, traz uma grandiosa reprodução de uma ilustração de Millôr representando a fachada da OCA. Em uma linha do tempo, este andar abriga alguns dos móveis mais emblemáticos, criados por Sergio Rodrigues entre 1957 e 2014 – são 38, alguns vintage, outros fabricados a partir dos projetos originais por casas como o Ateliê Fernando Mendes. Entre estas peças, está a famosa poltrona Mole, que, além de ícone do design brasileiro, se tornou sua marca registrada, o banco Mocho, a poltrona Chifruda e a sua última criação, a Benjamin. Algumas delas, vale apontar, em 1968 foram emprestadas para o filme musical Roberto Carlos em Ritmo de Aventura.

Por fim, o Piso 1 – subindo a partir do Piso Paulista –, revela a sua arquitetura, com maquetes, croquis, projetos. Neste espaço encontra-se uma reprodução em escala natural de um dos ambientes das casas criadas por ele para o SR2. Os protótipos dessas moradias foram expostos no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM/RJ), na década de 1960, e utilizados na construção do Iate Clube de Brasília e de dois pavilhões de hospedagem e restaurante da Universidade de Brasília (UnB), em 1962. Outras maquetes, inclusive uma tátil, mostram mais projetos de Rodrigues. Uma recriação, exibe suas criações para a Embaixada do Brasil em Roma.

032. Croquis Figuras Humanas_IC_Credito Acervo Instituto Sergio Rodrigues

Acervo Instituto Sergio Rodrigues

Instituto Sergio Rodrigues e Itaú Cultural

Segundo Fernando Mendes, um dos curadores da mostra e presidente do Instituto Sergio Rodrigues, esta é a exposição mais abrangente do arquiteto e designer. A instituição abriga um acervo de cerca de 40 mil documentos, desenhos e objetos que revelam um homem ciente do valor da sua produção, o qual manteve perto de si as evidências de praticamente tudo o que criou desde menino. Algumas centenas de documentos, móveis e maquetes foram selecionadas para ilustrar, em Ser Estar – Sergio Rodrigues, a trajetória desta figura, cuja persona – muitas vezes desenhada em autocaricaturas hilárias – se confunde com a obra.

No dia da abertura da exposição o Instituto Sergio Rodrigues lança o livro Fortuna Crítica / Sergio Rodrigues. Bilíngue, ele apresenta toda a trajetória do designer e arquiteto e estará à venda no local nesse dia. Trata-se da primeira publicação independente do Instituto, fruto de vasta pesquisa em seu acervo, com foco na produção intelectual produzida pelo próprio Sergio e revelando uma faceta pouco conhecida da sua personalidade: a de pensador e cronista. Com número limitado de edições impressas, a versão digital do livro está disponível gratuitamente para download no site da instituição.

A obra tem curadoria do membro do Conselho-Curador do Instituto, filósofo e crítico de arte Afonso Luz, apresentação do designer e presidente da instituição, Fernando Mendes, e apoio do Itaú Cultural. Ela reúne fotos e textos selecionados entre os publicados por Rodrigues nas revistas Módulo Senhor, nas décadas de 1950 e 1960.  Este é o segundo livro realizado pelo Instituto Sergio Rodrigues – o anterior foi Sergio Rodrigues / Designer, edição da BEI com organização de Baba Vacaro e Fernando Mendes e patrocínio do Banco Itaú.

O Itaú Cultural mantém estreita parceria com o Instituto Sergio Rodrigues desde 2013, apoiando a organização, conservação, digitalização e a criação de um Banco de Dados que disponibilizará o acervo da instituição. Para esta exposição, o instituto preparou uma publicação sobre o artista, que será distribuída gratuitamente enquanto a mostra permanecer em cartaz.

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Exposição: Ser Estar – Sergio Rodrigues

Abertura: Dia 9 de junho (sábado), às 11h

Visitação: 9 de junho a 5 de agosto

Terças-feiras a sextas-feiras, das 9h às 20h, com permanência até as 20h30

Sábados, domingos e feriados, das 11h às 20h

Pisos 1, -1 e -2

Classificação indicativa: livre

Entrada gratuita

Lançamento de livro: Fortuna Crítica | Sergio Rodrigues

Curadoria: Afonso Luz

Bilíngue – português/inglês

341 páginas

Na ocasião, a obra estará à venda a R$ 100

Itaú Cultural

Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô

Fones: 11. 2168-7777

Acesso para pessoas com deficiência física

Ar condicionado

Estacionamento: Entrada pela Rua Leôncio de Carvalho, 108

Se o visitante carimbar o tíquete na recepção do Itaú Cultural:

3 horas: R$ 7; 4 horas: R$ 9; 5 a 12 horas: R$ 12

Com manobrista e seguro, gratuito para bicicletas.

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