
Kees van Dongen, (1922)
um barco nos levaria pra longe, a morte também, um beijo seu
com certeza me faria soltar o balão invisível que carrego comigo especialmente para os dias sombrios, meu balão passaria
pelas janelas dos apartamentos
subiria até seu máximo décimo oitavo andar, depois
explodiria,
arde
pro balão explodir assim, mas
para as janelas dos apartamentos ele teria sumido, apenas, sem nenhuma dor ou som, também a música
nos levaria pra Longe e tem nos levado
para lugares que, por deus nem o sexo, a música e o sexo,
dançar com você aqui
na sala da nossa futura casa, o piso fresco, o bebê que ainda não temos, você me levanta, cheira meu ventre enquanto toco
o teto da nossa futura casa onde chorarei em filmes que pelo trailer
não pareciam tão tristes, vou pra longe
também quando balanço no parquinho que me viu crescer, o vento sempre tentando levar consigo os
cabelos, as
saias, numa pequena coreografia do adeus.
★★★★★★
Leia os textos anteriores da escritora Aline Bei
★★★
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