Aline Bei: saudade,

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Kees van Dongen, (1922)

 

um barco nos levaria pra longe, a morte também, um beijo seu

com certeza me faria soltar o balão invisível que carrego comigo especialmente para os dias sombrios, meu balão passaria

pelas janelas dos apartamentos

subiria até seu máximo décimo oitavo andar, depois

 

explodiria,

arde

pro balão explodir assim, mas

 

para as janelas dos apartamentos ele teria sumido, apenas, sem nenhuma dor ou som, também a música

nos levaria pra Longe e tem nos levado

para lugares que, por deus nem o sexo, a música e o sexo,

 

dançar com você aqui

 

na sala da nossa futura casa, o piso fresco, o bebê que ainda não temos, você me levanta, cheira meu ventre enquanto toco

o teto da nossa futura casa onde chorarei em filmes que pelo trailer

não pareciam tão tristes, vou pra longe

também quando balanço no parquinho que me viu crescer, o vento sempre tentando levar consigo os

cabelos, as

saias, numa pequena coreografia do adeus.

aline bei

 

Leia os textos anteriores da escritora Aline Bei 

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